No caminho até Fátima

Equipas de apoio são o alento dos peregrinos

As equipas de apoio aos peregrinos são um elemento fundamental no caminho até ao Santuário de Fátima, com o alento que dão aos devotos a ser tão importante como as massagens nos pés, as garrafas de água ou a comida.

"São uns anjos", diz um peregrino sobre as pessoas que prestam apoio, enquanto agarra numa garrafa de água, no posto de um grupo de 315 devotos que caminham de Paredes até Fátima, desde 6 de Maio.

As três centenas de peregrinos contam com 85 voluntários, um deles Fernanda Barbosa, que se disponibiliza para dar águas e massagens aos caminhantes que passam pelo seu posto, em Cernache, Coimbra.

Voluntária há dois anos, afirma que é ali no posto que se vê "o pior" da peregrinação. "Há pessoas que até mete impressão", com bolhas nos pés, peles soltas ou músculos deslocados.

Mas mais importante que o apoio de enfermagem, é "o apoio psicológico. É preciso animá-las", refere Fernanda Barbosa.

Os 85 voluntários de Paredes estão responsáveis pelas refeições, cargas e descargas, enfermagem e até pela logística de organização de uma missa que ocorre todos os dias, ao final da tarde, dada por um padre que acompanha o percurso.

As equipas de apoio, apesar de saírem dos acampamentos meia hora mais tarde que os peregrinos, são os "últimos a jantar e a descansar", dormindo nos camiões, explana.

Luís Girão, de Góis, a acompanhar um pequeno grupo de nove pessoas que saiu de madrugada de Coimbra, sublinha que ajudar os que fazem o percurso até Fátima "é gratificante".

"Sentimos a fé dos peregrinos".

A equipa de apoio, munida de três carros, ajuda a carregar mochilas, roupa, águas e alguma comida, como umas cerejas "compradas no caminho".

O centro de apoio da Ordem de Malta, na estrada nacional nº 1, entre Condeixa-a-Nova e Pombal, já ajudou cerca de 800 pessoas na peregrinação deste ano.

A responsável pela enfermagem, Amélia Costa, salienta que, para além das massagens, há apoio dado "a nível psicológico e até espiritual".

"É uma semana diferente", explica, considerando ser "muito enriquecedor" prestar ajuda aos peregrinos que por ali passam, num trabalho que começa de manhã cedo e se prolonga até perto da meia-noite.

Elisete Freitas, emigrante em França que faz a peregrinação pela primeira vez a partir de Guimarães, parou no centro de apoio da Ordem de Malta para receber uma massagem nas pernas.

"Se não tivesse este tipo de apoio não chegava" a Fátima, salienta, notando que as maiores dificuldades ao longo do caminho surgem "nos pés".

Paula Lima, também da Ordem de Malta, há 39 anos a apoiar os peregrinos, diz que é necessária "sensibilidade" para este trabalho: "é preciso saber acolher, saber ajudar, perceber o que cada um necessita".

"Não tem explicação. Saímos daqui preenchidas", realça, algo emocionada, após um abraço sentido a uma peregrina que saiu do centro de apoio, "nova e a saltar".

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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