Centro Hospitalar do Médio Tejo

Enfermeiros marcam três dias de greve

Os enfermeiros do Centro Hospitalar do Médio Tejo (Tomar, Torres Novas e Abrantes) anunciaram ontem a realização de uma greve nos dias 24, 25 e 26 de novembro, nomeadamente para contestarem as subcontratações a 3 euros/hora.

Helena Jorge, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), disse à Lusa que a greve, que se realizará depois da que está marcada a nível nacional para dia 21, foi decidida num plenário em que foi manifestado o descontentamento dos enfermeiros em relação ao “desrespeito com que são tratados pelo Conselho de Administração” do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT).

A dirigente sindical considerou lamentável que o Conselho de Administração do CHMT tenha rejeitado qualquer responsabilidade na contratação que é feita pela empresa de prestação de serviços e que continue sem receber o SEP, apesar dos vários pedidos já feitos, revelando “desrespeito” para com os profissionais.

Os enfermeiros querem “dizer basta aos vários atropelos que acontecem naquele centro hospitalar”, afirmou.

O SEP considera que a “contratação vergonhosa” de enfermeiros através de empresas de subcontratação a 3 euros/hora é responsabilidade “em primeiro lugar do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e depois do Ministério da Saúde”.

Nos motivos que levaram à convocação da greve encontram-se ainda a “ausência de dotações seguras, as irregularidades na organização do tempo de trabalho e a coação sobre os enfermeiros”, afirma um comunicado do SEP.

Em meados de outubro, o SEP criticou a contratação de oito enfermeiros para o Centro Hospitalar do Médio Tejo com vencimentos de 510 euros por mês, um valor que considera ser de "absurda exploração".

O sindicato afirmava que a administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo tinha contratado oito enfermeiros, através da Empresa Sucesso 24, para um horário de 40 horas por semana (160 horas por mês) com um vencimento de 510 euros, um valor que considerava "não só muito baixo, como ofensivo".

Cinco destes enfermeiros foram colocados no Serviço de Urgência do CHMT, que funciona em Abrantes, onde, segundo o sindicato, faltam 50 destes profissionais.

"Esta é uma situação de profunda humilhação, não só para quem veio trabalhar nestas condições como para quem trabalha a seu lado, com as mesmas competências e qualificações, e é um profundo desrespeito pela classe de enfermagem", afirmou Helena Jorge.

O Conselho de Administração do CHMT confirmou na altura, em comunicado, ter recorrido, em agosto, à contratação, até 31 de dezembro, de oito enfermeiros por "prementes necessidades operacionais" e rejeitou quaisquer responsabilidades no valor pago pela empresa externa, à qual paga 1.184,00 euros por cada profissional.

A administração considerou que o valor pago pela empresa aos profissionais de enfermagem contratados é um "assunto que transcende" o Centro Hospitalar.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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