Investigadora da ESEnfC defende

Enfermeiros devem liderar a prevenção da delinquência juvenil

Investigadora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra considera que “devem ser os enfermeiros, particularmente os especialistas em Saúde Mental, a liderar a estratégia de prevenção da delinquência juvenil, no âmbito das intervenções em saúde (cuidados primários)”.

A conclusão resulta do estudo de doutoramento que Maria Helena Quaresma, especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica, realizou com adolescentes a cumprirem medidas de internamento em quatro centros educativos da região Centro.

“Tendo a Enfermagem de Saúde Mental, no âmbito das suas competências, respostas clínicas de âmbito psicoterapêutico, socio-terapêutico, psicossocial e psicoeducacional para enfrentar as respostas humanas desajustadas ou desadaptadas aos processos de transição geradores de sofrimento ao longo do ciclo de vida”, a professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) considera que estas são “ferramentas a utilizar em prol da promoção da saúde e da prevenção da delinquência”.

Daí Maria Helena Quaresma afirmar que devem ser os enfermeiros a coordenar a prevenção da delinquência juvenil, concretamente ao nível de dois eixos de actuação: o da “identificação de crianças e famílias de risco (através das consultas de Enfermagem de desenvolvimento infantil)” e o da “intervenção com crianças em risco e suas famílias, sinalizadas no sistema de promoção e protecção de menores, ou referenciadas (por educadores de infância, professores e enfermeiros da saúde escolar), com a finalidade de controlar ou minimizar a situação de risco existente e de impedir a continuidade de comportamentos disruptivos e agressivos na infância”.

O estudo da professora da ESEnfC teve a finalidade de reconstruir o percurso transicional (de crianças e adolescentes) para a prática de comportamentos conflituantes com a lei, assim como o propósito de elaborar um programa de intervenção dirigido à promoção da saúde e capacitação da família, da criança/adolescente e da comunidade envolvente.

No programa de prevenção desenhado, que prevê intervenções multimodais, a investigadora da ESEnfC contemplou outros eixos de acção, que deverão ser liderados por instituições locais e estabelecimentos de ensino (educação pré-escolar e 1º ciclo). Por exemplo, ao nível da promoção das competências pessoais e sociais nas crianças, das competências parentais e das competências de professores e assistentes operacionais. Mas também ao nível da sensibilização geral da população, para a importância do papel comunitário na prevenção da violência e da delinquência juvenil e no combate ao estigma.

A professora Maria Helena Quaresma prestou, recentemente, provas de doutoramento na Universidade Rovira i Virgili, em Tarragona (Espanha), tendo sido aprovada com a classificação máxima, ao defender a tese “Transições de Adolescentes em Conflito com a Lei: Compreender para Cuidar".

Fonte: 
ESEnfC
Nota: 
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