Ébola: OMS preocupada com insegurança e conflitos em zonas afetadas por epidemia
Segundo o médico etíope, o conflito no leste do país, onde atuam centenas de grupos armados, dificulta o programa de vacinação e os cuidados prestados aos afetados pelo vírus, que já matou mais de 360 pessoas desde agosto de 2018.
“Preocupa-me o impacto que estas altercações recentes podem ter no momento presente, que é crítico”, referiu Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado, acrescentado que o surto ocorre “num contexto mais difícil do que se possa imaginar”.
O líder da OMS visitou, entre 31 de dezembro e 02 de janeiro, as cidades de Beni, Butembo e Komanda, localizadas nas províncias do Kivu Norte e Ituri, afetadas tanto pelo Ébola como pela atividade dos grupos armados.
Tedros Adhanom Ghebreyesus referiu que vários centros de saúde de resposta ao Ébola foram vandalizados em Beni, o que prejudicou o programa de vacinação e o acompanhamento médico.
A Organização Mundial de Saúde contabilizou 608 casos de Ebola em Kivu Norte e Ituri, com 368 mortos, e está a tentar conter a propagação do vírus com a vacinação de mais de 54 mil pessoas em áreas em risco de infeção.
O vírus Ébola é transmitido através de contacto direto com o sangue e fluidos corporais contaminados, causa febre hemorrágica e pode atingir uma taxa de mortalidade de 90 por cento, se não for tratado atempadamente.