Doentes hemato-oncológicos podem fazer dieta caseira após internamento
O tema marca a reunião da primavera da Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma (ADL), dia 22 de maio, no Porto, e que é promovida duas vezes por ano (primavera e outono) para “partilha de experiências e testemunhos e boas práticas no tratamento e acompanhamento da doença oncológica”.
Segundo a presidente da associação sediada no Porto, a reunião de terça-feira pretende “esclarecer um aspeto fundamental e que, por vezes, por falta de tempo dos médicos, acaba por não ser transmitido”.
Segundo Fátima Ferreira, “os doentes, quando estão internados e em regime de isolamento, em terapias intensivas e agressivas, não podem comer nada cru, nomeadamente iogurtes, frutas cruas, frutos secos”, num conjunto de restrições que chega também aos familiares “proibidos de levar alimentação de casa”.
E se no hospital o controlo da alimentação se verifica, as confusões surgem “quando os doentes voltam para casa, achando que a dieta vai ser sempre assim”, alertou a responsável da ADL, atribuindo essa “falha, talvez por falta de tempo, aos médicos, a quem cabe fazer essa comunicação”.
“É possível ao doente, após o regresso a casa, de forma gradual, retomar a sua alimentação”, numa dieta, ainda assim, com algumas exceções, indicando a responsável, por exemplo, “os alimentos ricos em fungos, os frutos secos, que são proibidos no mês a seguir o regresso a casa”, bem como os “alimentos preparados e guardados mais do que cinco ou seis horas e os alimentos processados”.
No encontro agendado para o auditório do CIM - Centro de Investigação Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto será também abordado o impacto da quimioterapia e da radioterapia nas funções cognitivas: memória, aprendizagem e raciocínio.
De entrada gratuita, a reunião destina-se a “todos os portadores de cancro, particularmente do sangue: leucemias, linfomas e mielomas a todos os seus familiares, amigos e profissionais de saúde que com eles trabalham e convivem, bem como publico em geral”, refere o comunicado.
E numa sessão em que se falará da influência da Ayurveda (sistema milenar hindu de medicina tradicional indiana) na promoção da saúde e bem-estar, será feito o ponto de situação das atividades desenvolvidas pela associação junto dos doentes e familiares “como as sessões de reiki, o apoio domiciliário, a psicoterapia, a acupuntura e os benefícios destas práticas nos doentes oncológicos”, lê-se ainda na nota de imprensa.
A abertura do evento será feita pelo Diretor do Serviço de Hematologia do Centro Hospitalar S. João, José Eduardo Guimarães, estando a moderação a cargo da presidente da associação Fátima Ferreira, hematologista no mesmo hospital.