Associados a agentes biológicos

Doenças profissionais

Atualizado: 
07/04/2014 - 13:00
Saiba como prevenir as doenças profissionais causadas por agentes biológicos, como as bactérias, vírus ou fungos.

Os factores de risco associados a agentes biológicos relacionam-se com a presença no ambiente de trabalho de microrganismos como vírus, bactérias, fungos, parasitas, germes, etc., normalmente presentes em alguns ambientes de trabalho, como hospitais, laboratórios de análises clínicas, recolha de lixo, indústria do couro ou locais de tratamento de efluentes líquidos.

No entanto, embora sejam frequente nas áreas de trabalho mencionadas, eles podem estar presentes em todo o tipo de trabalho, quer seja este efectuado ao nível produtivo e industrial, quer ao nível dos serviços.

Define-se como microrganismo qualquer entidade microbiológica, celular ou não celular, capaz de replicação ou de transferência de material genético, incluindo vírus, viróides e células animais e vegetais.

Também os microrganismos geneticamente modificados se apresentam como factor de risco associado a agentes biológicos e alvo de uma atenção particular. Podem penetrar no organismo do homem por via digestiva, respiratória, olhos e pele, e são responsáveis por diversas doenças profissionais graves como a hepatite, meningite ou a SIDA, mas também menos graves como infecções intestinais ou simples gripes

Prevenção
Como estes microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais em ambientes sujos, as medidas preventivas a tomar terão de estar relacionadas com:

• A rigorosa higiene dos locais de trabalho e dos trabalhadores;
• Destruição destes agentes por processos de elevação da temperatura (esterilização) ou uso de cloro;
• Uso de equipamentos individuais de protecção para evitar contacto directo com os microrganismos;
• Ventilação permanente e adequada;
• Manutenção e limpeza dos sistemas de ventilação;
• Manutenção e limpeza dos equipamentos de trabalho;
• Controle médico constante;
• Vacinação sempre que possível;
• Formação e informação dos trabalhadores;
• Sinalização de segurança, etc.

A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de trabalho é feita por meio de recolha de amostras de ar e de água, que são depois analisadas em laboratórios especializados. 

Microrganismos geneticamente modificados
Com a evolução científico-tecnológica que se tem processado ao nível da biologia, mais precisamente com a introdução dos microrganismos geneticamente modificados no âmbito do trabalho, torna-se fundamental estudar qual o grau de perigosidade que estes representam para o ser humano.

Um microrganismo geneticamente modificado (MGM) define-se por um microrganismo cujo material genético foi modificado de uma forma que não ocorre naturalmente por reprodução sexuada e ou por recombinação natural.

Tal como nos restantes agentes biológicos o modo de penetração dos microrganismos geneticamente modificados no organismo do homem pode ocorrer por via digestiva, respiratória, olhos e pele, podendo originar, igualmente, algumas das doenças já mencionadas. No entanto, a perigosidade elevada deste género de microrganismos advém, exactamente, do tipo de doenças desconhecidas que estes podem provocar no homem, e que este não tem ainda conhecimento suficiente para as controlar, ou até mesmo detectar.

A melhor maneira de assegurar o confinamento deste tipo de microrganismos será a adopção de boas práticas de trabalho microbiológicas, formação, equipamento de confinamento apropriado, concepção de instalações especiais e princípios de higiene e segurança no local de trabalho, tais como:

• Manutenção do nível de exposição a quaisquer MGM, quer no local de trabalho, quer no ambiente envolvente, o mais baixo possível;
• Adopção de medidas de controlo na fonte;
• Formação adequada do pessoal;
• Elaboração de procedimentos operacionais de forma a garantir a segurança;
• Elaboração de procedimentos específicos de desinfecção e disponibilização de desinfectantes eficazes para situações de disseminação de MGM;
• Implementação de sistemas seguros de armazenagem de equipamento e material de laboratório contaminados;
• Interdição da pipetagem à boca, entre outros.

Fonte: 
Relatório do Estudo "Programa de apoio à manutenção e retorno ao trabalho das vítimas de doenças profissionais e acidentes de trabalho"
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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