Prémio Pulido Valente

Distinguido trabalho de investigador turco sobre malária

O investigador turco Bahtiyar Yilmaz, ex-aluno do programa de doutoramento do Instituto Gulbenkian de Ciência, recebe, na terça-feira, em Lisboa, o Prémio Pulido Valente Ciência 2015, pelo seu trabalho sobre imunidade contra a malária.

A distinção, no valor de dez mil euros, destina-se a jovens investigadores, com menos de 35 anos, que se destacam num estudo em ciências biomédicas, realizado num laboratório português. Na edição de 2015, o tema era "imunidade inata e adquirida".

O prémio é atribuído pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pela Fundação Pulido Valente, e será entregue no Teatro Thalia, na presença do ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, informou a FCT em comunicado.

O trabalho foi igualmente distinguido com o Prémio Pfizer 2015 em Investigação Básica.

Bahtiyar Yilmaz, que está a realizar um pós-doutoramento num laboratório na Suíça, fez parte da equipa do Instituto Gulbenkian de Ciência liderada pelo investigador Miguel Soares que descobriu, numa experiência com ratinhos, que uma bactéria benéfica do intestino produz açúcar que gera uma resposta de defesa natural do organismo contra a transmissão da malária.

O parasita da malária, o "Plasmodium", expressa uma molécula de açúcar, a "alfa-gal", que também se manifesta na superfície de uma estirpe da bactéria "E.coli", que existe no intestino humano saudável.

A molécula induz uma "resposta imune muito forte que protege contra a malária", afirmou à Lusa o investigador-principal, Miguel Soares, em dezembro de 2014, altura em que o estudo foi publicado na revista Cell.

Na experiência, quando eram vacinados contra uma molécula sintética de açúcar "alfa-gal", que, de acordo com os investigadores, é fácil de fabricar a custos baixos, os ratinhos produziam "elevados níveis" de anticorpos anti-alfa-gal "altamente protetores contra a transmissão de malária por mosquitos".

O mecanismo imune descoberto poderá levar à produção de uma vacina promissora, sobretudo para crianças das regiões endémicas da malária, com menos de três anos, que "são muito suscetíveis à doença", porque, segundo Miguel Soares, provavelmente "não têm uma resposta imunitária" tão vincada como a dos adultos.

A equipa chefiada por Miguel Soares, em colaboração com uma outra, dos EUA e do Mali, concluíra que, numa região endémica de malária, no Mali, pessoas que apresentam níveis mais baixos de anticorpos contra a molécula de açúcar "alfa-gal" são também as mais propensas a ter a doença.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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