Aproveite as férias e siga os conselhos dos especialistas

Dicas para engravidar no verão

Atualizado: 
02/08/2017 - 12:33
Dizem que o verão é a melhor época para engravidar. A verdade é que, abrandar o ritmo e relaxar pode ser a ajuda de que precisa para concretizar este plano, por isso os especialistas aconselham a cuidar de si adquirindo hábitos de vida mais saudáveis.

De acordo com Catarina Godinho, ginecologista do IVI Lisboa, em cada ciclo menstrual as possibilidades de engravidar rondam os 18% a 20%. Uma janela de oportunidade relativamente baixa comum em todas as mulheres.

Por isso, se pensa em engravidar ainda este verão anote os conselhos da especialista:

 

1. Marque uma consulta pré-concecional com o seu ginecologista

De acordo com Catarina Godinho, “é importante partilhar com o seu médico a intenção de engravidar. Juntos poderão planear alguns passos importantes na fase da preconceção. Além disso, o médico fará uma observação ginecológica e em função de cada caso poderá solicitar algum exame que julgue conveniente. Geralmente são ainda prescritas análises sanguíneas”.

2. Pare de tomar a pílula ou de utilizar método contracetivo escolhido

Existem estudos que evidenciam que a possibilidade de engravidar aumenta nos meses imediatamente a seguir a parar a toma da pílula. “Deve também iniciar a toma de ácido fólico pois previne os defeitos Abertos do Tubo Neural (DTN)”, acrescenta a especialista do IVI Lisboa.

3. Relaxe e descanse

O verão é uma ótima estação para aproveitar mais o ar livre, seja com idas à praia, passeios na montanha ou no campo. O importante é que escolha atividades que lhe deem prazer e que não exijam demasiado esforço.

Deve ocupar o tempo de forma prazerosa e não estar exclusivamente focada na ideia da gravidez. As possibilidades por ciclo rondam os 18%-20% e é bom estar consciente desta realidade para não desanimar se a tão esperada gravidez não ocorrer logo no imediato. “Ir falando com o parceiro sobre o tema pode ser importante para ambos conhecerem as expetativas do outro e se apoiarem mutuamente”, comenta Filipa Santos, psicóloga.

4. Controle o seu peso

De acordo com os especialistas, o excesso de peso pode diminuir a fertilidade, por isso, se necessário, perca peso.

Para o conseguir, deve, idealmente, aconselhar-se com um nutricionista explicando que está a tentar engravidar para que o plano de alimentação seja adequado a esta fase.

No entanto, fica a advertência: o peso a menos também não favorece e pode dificultar a gravidez.

5. Evite o café, o álcool e o tabaco

Nesta fase deve controlar o consumo de café, mas se sente necessidade de beber pergunte ao médico se pode tomar 1 ou 2 cafés por dia. O tabaco e o álcool devem ser dispensados.

6. Evite os hidratos de carbono e alimentos com alto de açúcar

Estes alimentos devem ser evitados. É que “durante o refinamento perdem mais de 15 nutrientes, alguns muito importante para a conceção, como o ferro e as vitaminas do complexo B.  Também afetam o ritmo da ovulação e podem contribuir para o excesso de peso”, refere a especialista.

7. «Fuja» das gorduras trans

Este tipo de gordura é péssima para a saúde, provocando sobrepeso e afetando a função cardiovascular. “As mulheres que consomem em excesso, produzem menos ovócitos que as que não têm hábito de consumir”, evidencia a Catarina Godinho.

8. Inclua na sua dieta alimentar os cereais integrais

A sua ingestão faz com que o organismo assimile e processe estes alimentos mais lentamente permitindo, entre outros, estabilizar a produção de estrogénio e regularizar o processo ovulatório. Contribui ainda para uma maior sensação de saciedade o que ajuda a manter o peso.

9. Consuma mais proteínas

Vários estudos revelam que a proteína tem um papel importante na libertação do óvulo maduro e na sua preparação para a ovulação.

10. Aposte no consumo de vegetais de folha verde e cores intensas

Por serem ricos em vitaminas e minerais são excelentes para preparar o corpo para as exigências da gravidez. Este alimentos contêm ainda micronutrientes responsáveis por combater os radicais livres que danificam as estruturas reprodutivas.


Os espermatozoides sobrevivem, em média, 48 a 72 horas dentro do corpo da mulher

11. Comece a tentar e aproveite a janela da fertilidade

Um óvulo sobrevive cerca de 48 horas e os espermatozoides sobrevivem cerca de 72 horas dentro do corpo da mulher, pelo que a janela de oportunidade para conceber é relativamente curta. “O período ótimo para engravidar será entre o dia 10 e 17, considerando um ciclo menstrual de 28 dias”, revela a ginecologista.

12. Tenha relações sexuais dia sim dia não

Quando uma mulher quer engravidar, os especialistas recomendam a que tenha relações dia sim, dia não durante o período fértil.

De acordo com alguns estudos, depois da ejaculação, os espermatozoides demoram entre 30 a 40 minutos a chegar a uma das duas entradas da trompa de Falópio. No entanto, os espermatozoides sobrevivem, em média 48 a 72 horas dentro do corpo da mulher.

Isso, quer dizer que, “se tiver relações sexuais dois dias antes da ovulação ocorrer, os espermatozoides estarão ainda vivos, dentro do corpo da mulher, à espera do óvulo. Se a ovulação ocorrer entre 12 a 24 horas antes dos espermatozoides chegarem às trompas, o óvulo ainda estará à espera na trompa. Mas se a ovulação já tiver ocorrido há mais de 24 horas, a fecundação não é possível. Assim se mantiver relações sexuais dia sim, dia não assegura que haverá sempre espermatozoide à espera do óvulo.”

13. Se o plano de engravidar falhar, procure ajuda especializada

“Por vezes é importante falar sobre o que sente, os medos, as expetativas, pôr em comum com outra pessoa pode ser útil para encontrar novas perspetivas e formas de lidar com a situação”, revela Filipa Santos, psicóloga do IVI Lisboa.

No entanto, se o casal mantem relações sexuais desprotegidas e orientadas para a gravidez há mais de um ano e não engravida deve consultar um especialista em fertilidade. Se tiver mais de 35 anos o período para consultar o especialista deve ser encurtado para 6 meses.

“Na consulta de fertilidade será avaliada a história do casal e o médico após diagnóstico determina se é necessário fazer mais algum exame. Se tiverem exames anteriores devem trazer para a consulta”, explica Catarina Godinho.

Os tratamentos de Procriação Medicamente Assistida

A Inseminação Artificial Intrauterina consiste na colocação de uma amostra de sémen, preparada previamente no laboratório, no interior do útero da mulher, a fim de aumentar o potencial dos espermatozoides e as possibilidades de fertilização do óvulo. Desta forma, pretende-se diminuir a distância que separa o óvulo e o espermatozoide, e facilitar a fertilização.

A Fertilização in Vitro (FIV) é a união do ovócito com o espermatozoide no laboratório de FIV, a fim de obter embriões já fecundados para transferir para o útero materno.

 A inseminação dos ovócitos pode ser realizada mediante a técnica de FIV convencional ou da Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI), permitindo esta última alcançar a gravidez com êxito em casais diagnosticados com uma má qualidade na amostra de sémen do homem.

A Doação de ovócitos é o processo através do qual uma mulher recorre a óvulos de uma dadora anónima, para poder conseguir realizar o desejo da maternidade. Os ovócitos da dadora unir-se-ão ao esperma do casal para obter embriões.

Estes são depois transferidos para a recetora para conseguir a tão desejada gravidez. “A doação de ovócitos torna possível a gravidez em mulheres que, de outra maneira, não poderiam ter filhos devido ao quadro de infertilidade”, conclui a especialista. 

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Fonte: 
Grupo IVI
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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