Sociedade Portuguesa De Dermatologia e Venereologia alerta para generalização do método

Consultas de dermatologia por telemedicina deixam especialistas apreensivos

Recentemente foi feito estudo que revelou que 90% dos doentes que tiveram uma consulta de teledermatologia teriam preferido uma consulta presencial. Este dado deve ser tomado em conta num SNS que se quer progressivamente centrado nos cidadãos.

Apenas quando a previsão de tempo de espera ultrapassa seis meses, acima dos 120 dias de tempo máximo de resposta garantido, se verifica uma inversão na preferência pela resposta rápida por teledermatologia, cerca de um terço dos doentes preferiam aguardar até 2 anos.

Recentemente o ministério da saúde aprovou legislação que aponta para metas de 80% na realização de primeiras consultas de dermatologia por telemedicina, o que é manifestamente prejudicial para os portugueses, que vêm cada vez mais dificultada a consulta presencial com um dermatologista. 

A referenciação de doente com imagens - telerastreio - serve para encaminhar mais rapidamente e adequadamente os doentes graves para cuidados presenciais de saúde e acrescenta valor no percurso do doente. Mas não se pode confundir este aperfeiçoamento de método de referenciação com a generalização e banalização de teleconsultas que apenas poderão ser realizadas numa minoria de casos simples e tipificados.

A Sociedade Portuguesa De Dermatologia e Venereologia, consciente dos seus deveres e responsabilidades, assiste com preocupação a estes desenvolvimentos que, se não forem devidamente adequados e perspetivados, podem representar um retrocesso na prestação dos cuidados médicos dermatovenereologicos à população portuguesa. 

 

Fonte: 
Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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