‘Fórum D 2015’

Consensos sobre Vitamina D e medidas para combater deficiência desta vitamina na população

O primeiro fórum nacional sobre vitamina D, que se realizou no passado dia 3 de outubro, em Coimbra, debateu a importância do papel desta vitamina na manutenção do bem-estar e envelhecimento saudável.

Neste encontro discutiram-se ainda as prioridades e as estratégias de combate à carência da vitamina D entre a população portuguesa.

As principais conclusões, formuladas por especialistas nas diferentes áreas da saúde, foram reunidas sob a designação de DECLARAÇÃO D. 2015, de que se citam os principais excertos. 

Vitamina D

·         A vitamina D exerce uma ação complexa e harmoniosa sobre um grande número de mediadores biológicos e vias de sinalização, numa grande variedade de tipos celulares, em todos os órgãos e sistemas. Isto torna plausível que esta Vitamina D interfira com uma grande variedade de doenças

Necessidades diárias. Fontes: dieta e sol

·         A dieta é uma fonte escassa de Vitamina D (com exceção do óleo de fígado de peixes gordos e da gema de ovo).

·         O sol é a principal fonte de Vitamina D: Em Portugal a exposição de braços e pernas ao sol, sem proteção, por 10-15 minutos, entre as 10 e as 15 horas, de Abril a Outubro poderá bastar as necessidades de todo o ano. Este tempo de exposição solar não é considerado de risco significativo para cancro da pele.

·         O aumento da coloração da pele, a idade e o uso de protetores solares diminuem - chegando mesmo a anular - a produção de vitamina D pelo organismo.

·         Para as pessoas que não apanham sol em quantidade suficiente ou tenham alguma das condições de risco apontadas mais adiante, o uso de suplementos de vitamina D na dose de 800U/dia é considerado vantajoso para a saúde em geral e seguro.

·         Muitos especialistas sugerem mesmo doses mais altas, da ordem de 1200 a 2000 U/dia, ou em toma semanal ou mensal equivalente. As pessoas obesas precisam de doses mais elevadas.

Valores Normais de Vitamina D

·         A avaliação do estado de Vitamina D deve fazer-se por medição dos níveis séricos de Vitamina 25(OH)D.

·         As recomendações atuais são unânimes em não recomendar o rastreio generalizado dos níveis de vitamina D: Só se justifica fazer a análise em pessoas com maior risco.

Estado da epidemia e do seu combate

·         Estudos epidemiológicos demonstram uma elevada prevalência de carência e de insuficiência de Vitamina D por todo Mundo, podendo atingir 60 a 80% da população.

·         Em Portugal a carência de vitamina D é muito frequente entre as pessoas com fraturas, doentes institucionalizados ou admitidos a hospitais e entre crianças e adolescentes saudáveis. Estão em curso estudos alargados de base populacional.

·         A investigação nacional revela que a ingestão de alimentos ricos em Vitamina D é escassa (ingestas médias da ordem de 150 a 200 UI/dia).

·         Não havendo, em Portugal, fortificação de produtos alimentares em vitamina D, com o é comum em alguns países, resta-nos a exposição solar ou a toma de suplementos de Vitamina D.

Carência de Vitamina D - indícios clínicos e laboratoriais

·         Deveremos tomar como indícios de Carência de vitamina D: A presença de fatores de risco como pele escura, escassa exposição solar, uso regular de protetor solar, idosos, obesos, institucionalizados, doença hepática, doença renal, síndromes de mal absorção, entre outros; A presença de sintomas sugestivos ou compatíveis, tais como: dor óssea, mialgias, fraqueza muscular, fadiga inexplicada, quedas e fraturas, depressão e ou deterioração cognitiva ou infeções recorrentes; A presença de alterações laboratoriais ou radiológicas sugestivas como elevação de fosfatase alcalina, hipocalcémia e hipofosfatémia, elevação da PTH e Rx – fraturas de Looser-Milkman.

Vitamina D e doença cardiovascular - o que sabemos?

·         Há uma forte relação entre os níveis mais baixos de Vitamina D e uma maior prevalência e maior mortalidade de eventos cardiovasculares, insuficiência cardíaca e arritmias.

·         O défice de vitamina D está relacionado com a hipertensão arterial.

·         Alguns estudos mostraram que a correção da carência de Vitamina D aporta melhoria dos fatores de risco cardiovascular (HTA e resistência à insulina).

·         São, contudo, necessários mais estudos, prospetivos e randomizados, para comprovar que a correção do défice de vitamina D tem um real efeito benéfico sobre a incidência e progressão de doença cardiovascular de tipos diversos.

Vitamina D e Cancro

·         O défice de vitamina D está associado a um risco aumentado de incidência de vários tipos de cancro e com a agressividade da evolução tumoral e a mortalidade que lhes está associada.

·         Não está, contudo, ainda provado que o tratamento com Vitamina D previna o cancro ou ajude no seu tratamento.

Vitamina D e envelhecimento saudável

·         A prevalência da carência de Vitamina D é especialmente comum entre os idosos.

·         A suplementação de vitamina D em doentes com carência diminui a ocorrência de quedas, a incidência de fraturas e o défice cognitivo.

Para a mais informação visite www.forumd.org.

Fonte: 
GCI
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
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