Brasil e Colômbia

Como combater o vírus? Libertar mosquitos infetados com Wolbachia

Bactéria deverá impedir o contágio do Zika e outros vírus de mosquitos para humanos. Mosquitos do Brasil e Colômbia vão ser infetados em 2017.

As autoridades de saúde do Brasil e da Colômbia vão infetar mosquitos com uma bactéria que deverá impedi-los de contaminar pessoas com o vírus Zika. A bactéria Wolbachia existe naturalmente em algumas espécies de mosquitos e diminui as probabilidades de transmissão de vírus para humanos, segundo a Reuters.

O plano é libertar mosquitos infetados com a bactéria Wolbachia nas cidades do Rio de Janeiro, no Brasil, e de Antioquia, na Colômbia, no próximo ano, para que estes procriem com os mosquitos que carregam o vírus Zika.

Vai ser assim criada naturalmente uma nova geração de mosquitos infetados com o vírus e com a bactéria que não conseguirá contaminar humanos com o Zika, escreve o Diário de Notícias.

Esta solução tem sido testada nos últimos anos por investigadores ao serviço do Programa para Eliminar a Dengue, criado na Austrália. Os cientistas encontraram uma forma de passar a bactéria para a espécie de mosquito Aedes aegypti, responsável por transmitir a Dengue, a Febre Amarela, a Chikungunya e agora o Zika.

As experiências tiveram resultados positivos em cinco países - entre os quais a Austrália, Indonésia e Vietname, segundo o Guardian - e mostraram que em poucos meses a maioria dos mosquitos transportam a bactéria que poderá proteger os humanos. Quando isso acontece, os casos de contaminação diminuem.

A nova campanha de larga escala para combater o vírus Zika, considerado pela Organização Mundial de Saúde como uma emergência de saúde pública global, deverá custar 18 milhões de dólares e vai ser financiada pelos governos britânico e norte-americano e duas fundações de caridade, a Bill & Melinda Gates Foundation e a Wellcome Trust global.

"O uso da Wolbachia é uma possível solução inovadora e sustentável para reduzir o impacto deste surtos pelo mundo e principalmente entre as pessoas mais pobres", disse o secretário de desenvolvimento internacional britânico Priti Patel, segundo a Reuters.

Trevor Mundel, diretor do departamento de saúde global da fundação Gates, disse ter esperança de que esta bactéria possa trazer "uma forma revolucionária de proteção contra as doenças transmitidas por mosquitos". "É acessível, sustentável e parece proteger do Zika, Dengue e outros vírus", afirmou Mundel num comunicado, segundo a Reuters, e declarando-se ansioso por ver os resultados nos países mais pobres.

Fonte: 
Diário de Notícias Online
Nota: 
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