Nos últimos seis anos

Cirurgias em Portugal aumentaram cerca de 50%

As cirurgias em Portugal aumentaram nos últimos seis anos cerca de 50%, sobretudo em resultado do acréscimo "espectacular" da cirurgia ambulatória, revelou o secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Leal da Costa.

"Entre 2006 e 2012 a actividade cirúrgica nacional" registou um "aumento de 49,5%", afirmou o governante, explicitando que "em 2006 foram operados 345.321 doentes" e no ano passado 516.166 doentes, número que também representa um acréscimo de 2,5% em relação a 2011.

"Mas o que é mais significativo é que grande parte deste aumento de actividade cirúrgica deveu-se ao grande aumento da capacidade da cirurgia de ambulatório", que registou o acréscimo "espectacular de 219%, mais rigorosamente 218,6%", naquele período, salientou Leal da Costa, durante a sessão de abertura de uma reunião nacional de coordenadores de unidades de cirurgia ambulatória (UCA).

Relatório de Benchmarking

Um relatório divulgado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) considera que a maioria das instituições hospitalares "garante uma taxa aceitável [de cirurgia de ambulatório], denotando o esforço de reconversão dos serviços cirúrgicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

Este "Relatório de Benchmarking" faz um estudo comparativo entre 31 unidades hospitalares do SNS, analisando o acesso, a qualidade, a produtividade e a dimensão económicas destas instituições, que divide em cinco grupos de avaliação distintos.

No documento o Ministério da Saúde assume que os hospitais públicos poderiam poupar 508,9 milhões de euros por ano se todas as unidades tivessem o mesmo nível de eficiência das que são consideradas as cinco melhores dentro do seu grupo.

Cirurgia oncológica

O estudo coloca hospitais em grupos distintos consoante a sua especialização e dimensão, e apesar de os IPO terem um grupo próprio, é possível concluir que, em 2012, uma fatia importante dos doentes com cancro esperava demasiado por cirurgias, o que não acontecia nos hospitais generalistas.

Os hospitais especializados no tratamento de cancro estão assim entre as unidades mais incumpridoras dos tempos legais. Os tempos legais de espera para cirurgia oncológica não podem passar dos 60 dias. E isto nos casos menos urgentes. Nos prioritários não devem ir além de 72 horas. Mas em 2012, os três IPO tiveram um incumprimento destes prazos em cerca de um quinto das cirurgias (entre 17,9% e 21%).

Os prazos apertados (o tal limite de 72 horas nos casos urgentes e 15,30 e 60 dias nos níveis seguintes) "por vezes ditam incumprimentos, que muitas vezes não passam de um ou dois dias. Mas a redução dos tempos não se está a verificar", diz Francisco Ramos, presidente do IPO de Lisboa.

No tempo de espera das consultas, a oncologia é, ao contrário das cirurgias, o sector que mais cumpre: entre os 95% e quase 100%. Nas outras unidades, o incumprimento é elevado. Em relação ao melhor por grupo, 24 hospitais estão no vermelho, com mais de 10% de distância do melhor.

O estudo define o melhor hospital em cada área e em quanto se distanciam os restantes. Assim, nos internamentos com demora superior a 30 dias todas as unidades divergem acima de 10% do melhor do grupo. No caso dos reinternamentos em 30 dias a situação é pouco melhor, mas há hospitais que ultrapassam 10%.

Fonte: 
Jornal de Notícias Online
Nota: 
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