Nos EUA

Cientistas descobrem parasita que transmite cancro a humanos

Investigadores do Centro de Controlo de Doenças dos Estados Unidos descobriram um parasita que parece "transmitir" o cancro a humanos. Os cientistas descobriram células cancerígenas com origem num parasita num homem de 41 anos.

Os cientistas estudaram o caso de um colombiano, com o sistema imunitário debilitado pelo VIH (vírus da imunodeficiência humana), que tinha células cancerígenas que se comportavam de forma estranha, escreve o Diário de Notícias. As biópsias efetuadas aos tumores espalhados pelo corpo do homem encontraram células que agiam como células cancerígenas, mas que eram dez vezes mais pequenas que as células de cancro normais, por exemplo.

A descoberta fez os médicos colombianos pedirem ajuda ao Centro de Controlo de Doenças (CDC) norte-americano. Dois anos após terem recebidos as células, os cientistas acreditam ter resolvido o mistério, mas a conclusão é preocupante.

O patologista Atis Muehlenbachs encontrou ADN de um parasita nas células dos tumores, Hymenolepis nana, e acredita que o homem terá ingerido comida contaminada com pequenos ovos do parasita que, devido aos problemas do sistema imunitário, se multiplicaram e invadiram outras parte do corpo.

Não é claro se as células já se comportavam como células cancerígenas fora do organismo do hospedeiro ou se se modificaram já dentro do corpo humano.

"Esta é a primeira vez que vemos células cancerígenas de um parasita espalharem-se dentro de uma pessoa. É uma doença única, muito pouco habitual", disse Muehlenbachs, citado pelo Washington Post. Mas Muehlenbachs também reconhece que os cientistas não sabem quão rara é esta condição.

Porque é que esta descoberta é preocupante? Porque, apesar de se saber que outros animais, além dos humanos, sofrem de cancro, até agora os cientistas acreditavam que não era possível um parasita ter células cancerígenas e muto menos transmiti-las aos humanos -ou que estas se transformassem em células cancerígenas dentro do corpo humano.

"Pode ser a ponta do icebergue de algo que pode ser muito importante", alerta Matthew B. Laurens, um infeciologista da Universidade de Maryland.

Fonte: 
Diário de Notícias Online
Nota: 
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