Em Lisboa

Cerca de 340 casos de tuberculose detetados em toxicodependentes em 16 anos

Cerca de 340 casos de tuberculose foram diagnosticados entre 2001 e 2017, num universo de 6.856 toxicodependentes, no âmbito do programa de substituição da metadona que teve início no Casal Ventoso, em Lisboa, segundo dados hoje divulgados.

No ano em que se assinalam duas décadas de colaboração regional entre a deteção e tratamento da tuberculose e o PSBLE – Programa de redução de danos e de proximidade aos utilizadores de drogas com apoio de saúde e psicossocial e recurso a administração de metadona da cidade de Lisboa, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) salienta “os feitos conquistados na saúde de uma população vulnerável e com especificidades muito próprias”.

Entre 2001 e 2017, foram diagnosticados 343 casos de tuberculose nas pessoas que aderiram ao programa, através da realização de 20.210 exames radiográficos e confirmados pelos exames bacteriológicos efetuados nos Centros de Diagnóstico Pneumológico (CDP) e na unidade móvel de radiorrastreio da ARSLVT.

Ao longo deste período, o CDP de Lisboa e o PSBLE, gerido pela Associação Ares do Pinhal, deram resposta a estas 343 pessoas, num total de 6.856 utentes, o que significa uma taxa de prevalência da tuberculose de 5%.

No total, mais de 95,4% dos utentes completou o tratamento para a tuberculose no decurso do programa de substituição e a taxa de abandono situou-se nos 4,6%, adiantam os dados divulgados pela ARSLVT em comunicado.

Destes doentes, a maioria tinha outros fatores de risco como VIH e um marcador positivo para a hepatite C.

“Desde o primeiro momento que chamámos a atenção para comportamentos como o alcoolismo, tabaco e outras toxicodependências como fatores a considerar na redução do abandono do tratamento da tuberculose e na melhoria da acessibilidade à terapia. E estes números demonstram isso mesmo”, afirma Maria da Conceição Gomes, responsável pela área da Tuberculose da ARSLVT, realçando o papel fundamental desta parceria.

Para frequentar o PSBLE, “é condição prévia” fazer o rastreio para a tuberculose, refere a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

A colaboração da área da Tuberculose com a área das Dependências teve início em 1997. A parceria permanece até hoje com as Equipas de Tratamento de Xabregas/Taipas e Loures/Odivelas, bem como com as unidades móveis do programa.

O fator impulsionador do fortalecimento dessa parceria surgiu em 1998, ano em que o Programa de Substituição da Metadona teve início no Casal Ventoso, em Lisboa.

O PSLBLE é atualmente financiado pela Câmara Municipal de Lisboa e pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) e monitorizado pela Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências da ARSLVT.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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