Ensaio Clínico

Células estaminais mesenquimais eficazes no tratamento de doença ocular

Um ensaio clínico pioneiro revelou a segurança e a eficácia da transplantação de células estaminais mesenquimais (MSC) da medula óssea no tratamento de doentes com insuficiência límbica, uma doença ocular que afeta a regeneração da córnea.

Os investigadores da Universidade de Valladolid, em Espanha, responsáveis pelo trabalho desenvolvido e divulgado na revista científica Translational Research, analisaram os dados relativos a 28 transplantes realizados em doentes com insuficiência límbica severa ou total referenciados para cirurgia, sendo que 17 casos foram tratados com MSC e os restantes 11 com células estaminais do olho. Ambos os procedimentos se revelaram seguros e a taxa de sucesso foi estatisticamente semelhante, o que indica que, para o tratamento desta patologia, o transplante de MSC de medula óssea de um dador é tão eficaz como o transplante de células estaminais do olho.

“Estes resultados são encorajadores e podem abrir portas para mais avanços na investigação médica nesta área, com benefício para os doentes”, menciona Bruna Moreira, Investigadora no Departamento de I&D da Crioestaminal.

As técnicas mais recentes para o tratamento desta patologia envolvem o transplante de células estaminais de um olho saudável para o olho doente. No entanto, este método apresenta algumas limitações.

“Além das MSCs serem mais fáceis de obter e cultivar em laboratório do que as células estaminais do olho, segundo os autores, estas não causam rejeição imunológica, podendo ser transplantadas sem o uso de imunossupressores. A vasta experiência já documentada relativamente ao transplante de MSC também se apresenta como uma vantagem deste tipo de células”, acrescenta a investigadora.

Frequentemente causada por traumatismo ocular térmico ou químico, a insuficiência límbica caracteriza-se pela ausência parcial ou total das células estaminais do olho responsáveis pela renovação da córnea, processo essencial para manter uma visão saudável. Podendo levar à cegueira em casos extremos, esta doença começa por originar sintomas como dor, visão turva, irritação ocular ou intolerância às lentes de contacto.

 

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