Células estaminais do cordão umbilical melhoram sintomas da artrite reumatóide, diz estudo

O ensaio pretendeu avaliar a tolerância, segurança e eficácia da utilização das MSCs do sangue do cordão umbilical no tratamento da artrite reumatoide, tendo os doentes sido divididos em três grupos, aos quais foram administradas doses celulares diferentes. Imediatamente antes e quatro semanas após a infusão das MSCs, foram avaliados vários parâmetros indicadores dos níveis de inflamação associados à doença. Não foram demonstrados efeitos secundários ou sinais de intolerância associados à infusão celular.
“Os tratamentos convencionais têm contribuído para a melhoria dos sintomas da artrite reumatoide, no entanto, são poucos os doentes que não evidenciam sinais da doença sem a utilização de fármacos. Para além disso, são tratamentos dispendiosos e que, em alguns casos, provocam efeitos secundários adversos. Por estes motivos, é importante que novas estratégias para o tratamento desta doença sejam desenvolvidas, nomeadamente para aqueles que não respondam aos tratamentos convencionais”, afirma Maria João Rocha, Investigadora no Departamento de I&D da Crioestaminal.
Com base nos resultados alcançados, os autores do estudo sugerem que, no futuro, poderá ser possível tratar a artrite reumatoide com recurso a células estaminais mesenquimais. Contudo, são ainda necessários mais estudos, envolvendo um maior número de doentes, seguidos por um período mais longo, de forma a compreender se esta terapêutica poderá tornar-se, efetivamente, uma opção de tratamento para esta doença.
A artrite reumatoide é uma doença crónica, autoimune em que o sistema imunitário ataca as articulações de forma anormal. Este ataque desencadeia um processo inflamatório, causando dor, inchaço, dano articular e incapacidade. É uma doença crónica, mas se convenientemente tratada, tem bom prognóstico vital e funcional. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Reumatologia, a prevalência da artrite reumatoide varia entre 0,5 e 1,5% na população nos países industrializados e estima-se que afete 0,8 a 1,5% da população portuguesa. A ocorrência global da doença é duas a quatro vezes maior em mulheres do que em homens. O pico de incidência nas mulheres é após a menopausa, mas pessoas de todas as idades podem desenvolver a doença, incluindo na adolescência.