Parceria com VMER

Caldas da Rainha vai ter desfibrilhadores nos pavilhões desportivos e ruas de comércio

Caldas da Rainha vai passar a ter desfibrilhadores nos pavilhões desportivos e nas principais ruas de comércio, numa parceria entre a autarquia e equipa da VMER, que vai dar formação aos utilizadores do dispositivo que pode salvar vidas.

O Pavilhão da Mata (Campo do Caldas), o Pavilhão Rainha D. Leonor e o Complexo Desportivo são os três primeiros locais a equipar com um dispositivo de Desfibrilhação Automática Externa (DAE) no âmbito de “uma parceria com a Câmara", que solicitou formação, disse Nuno Pedro, enfermeiro Coordenador da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) das Caldas da Rainha.

A equipa da VMER é, na região Oeste, “a primeira entidade credenciada para dar formação em Suporte Básico de Vida com DAE”, o que lhe permite “dar formação a alguns elementos designados pela Câmara para poderem operar com estes dispositivos que permitem salvar vidas”, acrescentou o mesmo responsável.

Numa segunda fase, “a Câmara já demonstrou interesse em colocar mais dois dispositivos nas ruas mais movimentadas da cidade”, nomeadamente na Rua das Montras e na Praça 25 de Abril (em frente à Câmara), onde poderão ser utilizados “em caso de emergência, por alguém credenciado para o efeito”.

Estes dois últimos dispositivos, “por serem móveis”, podem ainda, segundo Nuno Pedro, “ser mobilizados, juntamente com o responsável capacitado para o operar, para outros locais onde se realizem grandes eventos, como as feiras no Parque”.

A possibilidade de operar dispositivos de DAE era restrita a médicos até 2010, mas a alteração da legislação permite, desde então, iniciar programas de formação “para poderem ser utilizados fora do âmbito hospitalar ou da VMER”.

Nesse sentido, a equipa da VMER das Caldas da Rainha, que já desde 2003 ministrava cursos de Suporte Básico de Vida em escolas e em instituições que os solicitassem, optou por constituir uma associação [a Salvar – Associação Cívica do Oeste] e fazer junto do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) “a acreditação em suporte básico de vida com DAE”.

O primeiro curso de formação para médicos, enfermeiros e leigos teve início na sexta-feira passada, no âmbito do 3.º Congresso da VMER das Caldas da Rainha, que terminou sábado na Expoeste, nas Caldas da Rainha.

O objetivo é “formar o maior número de pessoas”, já que, “em ambiente pré-hospitalar, em ambiente de rua, quando uma pessoa cai para o lado e está inconsciente, sem sinais de vida, maioritariamente o que ela precisa no imediato é de levar um choque para o coração voltar a trabalhar, reorganizar e ter capacidade de comprimir e mandar o sangue para todo o lado”, explicou o enfermeiro coordenador da VMER.

De acordo com o mesmo responsável, numa emergência médica “se esse aparelho for utilizado entre os primeiros três a cinco minutos a possibilidade de recuperar o doente varia entre os 50 e os 80%”.

Na situação contrária, “por cada minuto que não é executada nenhuma manobra de suporte básico de vida ou aplicado o DAE, diminuímos a probabilidade de recuperação daquela vítima em 10 a 12%”, sublinhou o enfermeiro.

A disseminação de desfibrilhadores pela cidade constitui assim “um ganho para a população” que, “com responsabilização e a formação adequada”, poderá contribuir para salvar vidas.

Porém, alertou Nuno Pedro, trata-se de um dispositivo que gera um choque elétrico que “pode reiniciar vida, também pode provocar uma paragem, quando mal utilizado”, exigindo de quem o utiliza a ”responsabilidade de respeitar as regras de segurança, saber o que fazer e quando deve atuar”, já que o DAE só pode ser usado em “vítimas sem sinais de vitais”.

Por isso, o responsável deixa um alerta para quando os dispositivos forem colocados nas ruas: “não brinquem, respeitem-nos e não os roubem", apelou o enfermeiro, lembrando que “já houve um aparelho destes no Pavilhão da Mata e foi roubado.

Mas sobretudo, vincou, “saibam-no usar, porque podem salvar uma vida”.

Os DAE a colocar na cidade terão um custo entre os 600 e os 2000 euros por aparelho e serão adquiridos pela autarquia.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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