Associação ambientalista Quercus cria grupo de apoio às vítimas do amianto

A iniciativa é apresentada como o primeiro grupo de apoio às vítimas do amianto.
A Quercus quer estender o apoio às famílias das vítimas e trabalhar em três frentes: informar, aconselhar e sensibilizar.
O objetivo é conhecer as histórias das pessoas, saber se estão e receber acompanhamento médico, denunciar situações de exposição involuntária, manuseamento inadequado ou gestão incorreta dos resíduos que contêm amianto.
De acordo com a responsável pelo projeto, Carmen Lima, é necessário promover o debate sobre o tema e pressionar os diversos organismos para a realização de um levantamento aos edifícios públicos e privados com amianto.
A apresentação pública decorre no 1.º Encontro Internacional sobre Amianto, a realizar no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, na quinta e na sexta-feira, com o apoio da Fundação Portuguesa do Pulmão e da Associação de Médicos pelo Direito à Saúde.
Está prevista a participação de especialistas e ativistas, com participantes do Brasil, como Leonardo Amarante, advogado responsável por centenas de processos de indemnização a pessoas expostas a amianto, segundo a informação divulgada pela Quercus.
Testemunhos de empresas de França e da Alemanha, profissionais habilitados para o fornecimento de equipamentos destinados a remover corretamente o amianto fazem igualmente parte do programa.
Para a Quercus, o amianto não é um problema do passado. “É um problema do presente e tem consequências no futuro, sendo a segunda maior causa de contaminação ocupacional do mundo”.
Materiais que contêm amianto, indica a Quercus em comunicado, continuam a ser exportados para o mundo inteiro e a ter uma vasta utilização.
“A magnitude dos produtos que incorporam amianto é muito grande, pelo que é fundamental identificar e referenciar a totalidade dos mesmos, que se estima rondarem 3.000 diferentes tipos”, diz a organização.
Os dados citados pelos ambientalistas indicam que os homens têm uma maior exposição ocupacional ao amianto em trabalhos em fábricas, na construção, metalomecânica, eletricidade e na remoção destes materiais, enquanto as mulheres estão sujeitas à exposição ambiental em escritórios, contacto com produtos e materiais em casa, bem como às fibras que os maridos levam do trabalho.
“Não há concentração segura para o amianto, abaixo da qual não há risco de exposição, mesmo que existam limites estabelecidos pela legislação”, alerta a Quercus. A única solução, garante, é a “erradicação e eliminação total”.