Associação alerta para nova vaga de falta de médicos de família após 2019

“Se é verdade que no próximo ano vamos chegar a uma situação de não ter praticamente utentes sem médico de família, nos anos seguintes vamos ter muitas aposentações e, portanto, o saldo vai passar de novo a ser negativo e vai haver de novo um problema”, afirmou Rui Nogueira à agência Lusa nas Caldas da Rainha.
O médico falava à margem do congresso nacional da especialidade, que decorre até domingo, nas Caldas da Rainha, no distrito de Leiria.
O presidente da associação estima que “um terço dos médicos de família vai sair por aposentação no espaço de cinco anos”, após 2019, e considera “o número enormíssimo” vai agravar “ainda mais as unidades de saúde onde o problema hoje já é grave”.
Por isso, o representante dos médicos de família exigiu “medidas políticas céleres”, que passam pelo “aumento de vagas de internato, porque existem alunos de medicina a sair da faculdade e a entrar no internato, e, por “mais celeridade nos concursos e medidas de incentivo para levar médicos para algumas unidades” do país.
Durante o congresso, o Coordenador Nacional para a Reforma dos Cuidados de Saúde Primários, Henrique Botelho, reiterou os números apontados pelo ministro da Saúde, que indicou que, nos últimos três anos, “baixou a fasquia de um milhão de utentes sem médico de família”.
Com a recente colocação de mais 293 novos profissionais, após o último concurso, segundo aquele responsável, “diminuiu-se em mais de trezentos a quatrocentos mil os cidadãos sem médico de família atribuído, situando-se o número em cerca de 800 mil”.
A tendência é “continuar a diminuir nos próximos anos”, o que levou Henrique Botelho a afirmar que até ao próximo ano deverá ser cumprido o objetivo de dar médico de família a todos os portugueses.