Estudo

Afinal óleo de peixe e ómega 3 não reduzem risco de doenças cardiovasculares

De acordo com um estudo divulgado esta semana, os suplementos de óleo de peixe não ajudam a prevenir ataques cardíacos ou acidentes vasculares cerebrais, demonstrando a ineficácia de comprimidos com ácidos gordos ómega 3.

Mais de 15.000 pessoas com diabetes, mas sem sinais de doença cardiovascular, participaram numa pesquisa levada a cabo no Reino Unidos, cujos resultados foram publicados no "New England Journal of Medicine".

Metade dos participantes recebeu uma cápsula de ómega 3 por dia, enquanto a outra metade recebeu um comprimido placebo com azeite. O estudo randomizado e cego implicou, portanto, que os participantes não soubessem que comprimido estariam a tomar.

Os pacientes foram acompanhados durante sete anos. Entre os que tomaram pílulas de óleo de peixe, 8,9% sofreram um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, em comparação com 9,2% no grupo placebo.

"O nosso estudo amplo e randomizado de longo prazo mostra que os suplementos de óleo de peixe não reduzem o risco de eventos cardiovasculares em pacientes com diabetes", disse a cientista principal, Louise Bowman, da Universidade de Oxford.

Resultados são uma decepção

"Esta é uma descoberta decepcionante, mas está em linha com ensaios randomizados anteriores em outros tipos de pacientes com risco aumentado de eventos cardiovasculares, que também não mostraram benefícios dos suplementos de óleo de peixe".

Por isso, de acordo com a investigadora, “não há justificação para recomendar suplementos de óleo de peixe como proteção contra eventos cardiovasculares".

Já no início do ano, uma análise de 10 estudos que envolveu 78 mil pessoas publicada no Journal of the American Medical Association (JAMA) Cardiology também concluiu que os comprimidos de óleo de peixe não previnem doenças cardíacas em pessoas de alto risco.

Alguns estudos observacionais apontaram uma associação entre um maior consumo de peixe e riscos mais baixos de doença arterial coronária e acidente vascular cerebral, mas ensaios clínicos randomizados mais rigorosos não comprovaram essa ligação.

Fonte: 
Sapo
Nota: 
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