Adoçantes podem ter efeito benéfico sobre a insulina e glicose pós-prandial
Uma equipa multidisciplinar de especialistas independentes e líderes mundiais formados por Sigrid Gibson, o professor Adam Drewnowski, professor James Hill, professora Eeva Widström, professora Hely Tuorila e a professora Anne Raben1 reuniram-se no Congresso da Associação Internacional de Adoçantes (ISA), que se realizou no passado ano, e participaram numa análise aos benefícios dos adoçantes sem ou com baixas calorias com base em pesquisas científicas.
Os especialistas concordaram que os adoçantes sem ou com baixas calorias podem ter um efeito benéfico sobre a insulina e glicose pós-prandial em indivíduos saudáveis e diabéticos, e um efeito positivo sobre a saúde oral através da utilização em alimentos, bebidas, medicamentos e pastas de dentes, desde que os outros componentes destes produtos não sejam cariogénicos e erosivos.
Os vários especialistas chegaram a um consenso, concluindo que os adoçantes sem ou com baixas calorias são eficazes. Como afirma o professor Adam Drewnowski “todo o trabalho relacionado com a toxicologia e segurança foi realizado por agências internacionais que confirmam a segurança e eficácia destes produtos”.
A declaração de consenso sobre os benefícios dos adoçantes sem ou com baixas calorias, publicados na edição de dezembro 2014 “Nutriton Bulletin” (uma publicação assinada por especialistas na matéria, que contém notícias e análises científicas) destaca o papel benéfico que os adoçantes sem ou com baixas calorias podem ter como alternativa alimentar ou filosofia de vida.
Os resultados desta declaração vêm confirmar as conclusões positivas dos recentes estudos científicos que demostram que os adoçantes sem ou com baixas calorias não contribuem para aumentar o apetite nem têm qualquer efeito imediato sobre a saciedade e, portanto, têm a capacidade de aumentar a perda de peso dentro de um programa pré-definido de perda de peso com base comportamental.
Ao focar os muitos estudos realizados recentemente, baseados em dados científicos sobre os benefícios dos adoçantes sem ou com baixas calorias, este relatório adverte para as percepções e informações incorrectas sobre os efeitos dos adoçantes sem ou com baixas calorias. Para além disso, este trabalho serve como um alerta quer para profissionais de saúde quer para o público em geral sobre o apoio de que beneficiam os adoçantes com baixas calorias, por agências reguladoras em todo o mundo.
"O controlo de peso é um dos principais motivos para o consumo de adoçantes sem ou com baixas calorias e na minha opinião, neste momento, temos um número extraordinário de estudos que mostram que os adoçantes sem ou com baixas calorias são uma ferramenta positiva e não negativa para o controlo de peso", afirma o professor James Hill, que conclui que "esta é uma mensagem que precisa de ser conhecida de forma generalizada".
Ao proporcionar doçura eliminando calorias, as versões dos produtos com adoçantes podem representar um contributo útil numa dieta variada, moderada e equilibrada e com controlo calórico. Para além disso, são mais benéficos para a dentição.
O trabalho que reflete o consenso da comunidade científica pode ser visualizado a partir do site da editora, carregando aqui.
1 S. Gibson, de Sig-Nurture, Ltd., Guildford, Surrey (Reino Unido); A. Drewnowski, do Centro para a Investigacção da Obesidade da Universidade de Washington, Washington, DC (Estados Unidos); J. Hill, do Centro de Saúde e Bem-Estar Anschutz da Universidade do Colorado, Boulder, Colorado (Estados Unidos); A. B. Raben, do Departamento de Nutrição Humana da Universidade de Copenhaga (Dinamarca); H. Tuorila, do Departamento de Ciências da Alimentação e Meio Ambiente da Universidade de Helsínquia (Finlândia); E. Widström, do Instituto Nacional da Saúde e Bem-Estar de Helsínquia (Finlândia).
Observações ao editor
Uma lista de alguns estudos científicos sobre o assunto:
- Anderson, G.H.; Foreyt, J.; Sigman-Grant M. y otros: The use of low-calorie sweeteners by adults: impact on weight management. The Journal of Nutrition 142: 1163S–9S (2012).
- Bryant, C.E.; Wasse L.K.; Astbury, N. y otros: Non-nutritive sweeteners: no class effect on the glycaemic or appetite responses to ingested glucose. European Journal of Clinical Nutrition 68: 629–31 (2014).
- Drewnowski, A.: Dietary habits and use of low-calorie sweeteners: an effective tool in the prevention of obesity and diabetes. Annals of Nutrition and Metabolism 63 (Suppl. 1): 147–8 (2013).
- EFSA NDA (Comisión de la EFSA sobre Productos dietéticos, nutrición y alergias (2011) : Opinión científica sobre la justificación de las alegaciones sanitarias sobre los edulcorantes intensos y su contribución al mantenimiento o la consecución de un peso corporal normal (ID 1136, 1444, 4299), la reducción de las respuestas glucémicas postprandiales (ID 4298), el mantenimiento de las concentraciones normales de glucosa en sangre (ID 1221, 4298) y el mantenimiento de la mineralización de las piezas dentales al reducir la desmineralización de las mismas (ID 1134, 1167, 1283), conforme al artículo 13(1) del Reglamento (CE) nº 1924/2006. Boletín de la EFSA nº 9: 2229.
- Keskitalo, K.; Tuorila, H; Spector, T.D. y otros: Same genetic components underlie different measures of sweet taste preference. The American Journal of Clinical Nutrition 86: 1663–9 (2007).
- Mattes, R.D. y Popkin, B.M.: Nonnutritive sweetener consumption in humans: effects on appetite and food intake and their putative mechanisms. The American Journal of Clinical Nutrition 89: 1–14 (2009).
- Miller, P.E. y Pérez, V.: Low-calorie sweeteners and body weight and composition: a meta-analysis of randomized controlled trials and prospective cohorts studies. The American Journal of Clinical Nutrition. doi: 10.3945/ajcn.113.082826 (2014).
- Peters, J.C.; Wyatt, H.R.; Foster, G.D.; Hill, J.O. y otros: The effects of water and non-nutritive sweetened beverages on weight loss during a 12 week weight loss treatment program. Obesity 22: 1415–21 (2014).
- Raben, A.; Moller, B.K.; Flint, A. y otros: Increased postprandial glycaemia, insulinemia, and lipidemia after 10 weeks’ sucrose-rich diet compared to an artificially sweetened diet: a r