Infarmed

Acidez gástrica: portugueses podem estar a tomar demasiados medicamentos

O número de embalagens vendidas em Portugal de medicamentos para reduzir a acidez gástrica, anti - ulcerosos, também conhecidos como inibidores da bomba de protões, mais do que duplicou numa década.

As contas são do Infarmed, Autoridade Nacional do Medicamento, que conta 6,8 milhões de embalagens em 2015, mais 120% que em 2006, escreve a TSF.

Este aumento está a ser analisado pelo Infarmed devido a um "eventual uso excessivo", com os responsáveis a sublinharem que estes medicamentos "comportam efeitos adversos como infeções pulmonares ou a redução da absorção de cálcio".

A autoridade do medicamento defende que "alguns doentes podem controlar estes problemas com alteração do estilo de vida e com recurso a outros medicamentos com menos efeitos adversos".

Médicos desdramatizam
Reagindo ao alerta do Infarmed, o presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia não acredita que exista um excesso de uso destes medicamentos que precisam, inclusive, de receita médica.

José Cotter sublinha que os inibidores da bomba de protões vieram substituir outros medicamentos menos eficazes e com mais efeitos secundários, além de que hoje há doenças que há uma década não recebiam a mesma atenção da sociedade.

O representante dos médicos da especialidade lamenta ainda aquilo que diz ser uma espécie de "obsessão economicista" das políticas da saúde com o controlo de custos o que pode estar, segundo acredita, na base deste alerta do Infarmed sobre os medicamentos para reduzir a acidez gástrica.

 

A Autoridade do Medicamento sublinha, no entanto, que, apesar do aumento do consumo, desde 2010 que o Serviço Nacional de Saúde tem conseguido reduzir os custos com estes medicamentos, passando de 133 milhões de euros para cerca de 45 milhões anuais.

Fonte: 
TSF Online
Nota: 
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