Encargos crescem 400% em seis anos

575 mil euros/dia gastos com remédios para diabetes

O Serviço Nacional de Saúde gastou em média no ano passado 575 mil euros por dia em medicamentos para a diabetes, com os encargos a aumentarem cerca de 400% nos últimos seis anos.

Segundo um estudo da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), em 2013 a despesa do Estado com estes fármacos atingiu os 210 milhões de euros, quase um quinto do total dos medicamentos em ambulatório.

O trabalho, que será publicado no próximo boletim da instituição, defende que a despesa com os remédios para a diabetes “aumentou significativamente”, concluindo ainda que deve ser promovida “uma utilização mais racional” destes medicamentos, que traria “importante ganhos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

 

Ordem defende cheques-dentista para diabéticos

A Ordem dos Médicos Dentistas quer que o programa do cheque-dentista seja alargado aos diabéticos, lembrando que é um grupo com riscos adicionais para problemas de saúde oral. Para o bastonário, Orlando Monteiro da Silva, na actual situação económica do país “deve ser ponderado o alargamento do programa a grupos de risco adicionais, como os diabéticos”.

Para isso, Monteiro da Silva frisa ser necessário um “aumento da dotação orçamental” do programa, recordando ainda que há cerca de um milhão de diabéticos diagnosticados no país.

Apesar de a questão das verbas necessários para alargar os cheques-dentista ser uma decisão do Ministério da Saúde, o bastonário considera que se trata de “um investimento que permite uma racionalização de custos”.

“Há uma relação enorme entre diabetes e saúde oral. A diabetes precisa de estar controlada para se ter uma boa saúde oral e vice-versa. É preciso um bom controlo da saúde oral, principalmente ao nível da gengiva e do osso, para que a diabetes não seja exacerbada", explicou. Monteiro da Silva reforça que não é possível haver um controlo efectivo da diabetes sem controlar a doença da boca e das gengivas.

O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral - dos cheques-dentista - abrange já crianças e jovens que frequentam as escolas públicas aos 7, 10, 13 e 15 anos, bem como grávidas seguidas nos serviços públicos, idosos que recebem o complemento solidário e portadores de VIH/sida.

Recentemente, a Entidade Reguladora da Saúde questionou a universalidade e equidade no acesso aos cheques-dentista, lembrando que ficam de fora crianças que frequentam escolas privadas e grávidas não seguidas nos serviços públicos.

 

Fonte: 
Sapo
Jornal de Notícias Online
Nota: 
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