Vacinómetro faz 10 anos

1,5 milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas se a cobertura global de vacinação melhorasse

De acordo com os dados finais da época de vacinação contra a gripe, no último ano, mais pessoas foram vacinadas. No entanto, segundo os especialistas os números podem melhorar.

Assinala-se, este ano, o 10.º aniversário do Vacinómetro – um projeto pioneiro em Portugal que permite monitorizar, em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção Geral de Saúde. Para assinalar este aniversário, e no âmbito da Semana Europeia da Vacinação - que decorre de 24 a 30 de abril -, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), responsáveis pelo projeto, com o apoio da Sanofi, vão realizar, no dia 22 de abril, a sessão “10 anos de Vacinómetro: lições aprendidas e projeções para o futuro”.

A decorrer na sede da SPP, com início às 11h00, esta reunião tem como objetivo “celebrar os 10 anos do Vacinómetro com todos os intervenientes no projeto. Pretendemos avaliar os resultados de uma década de monitorização da vacinação antigripal em Portugal e, principalmente, antecipando a Semana Europeia da Vacinação, sensibilizar para a necessidade de continuar com este percurso que, no geral, tem sido bastante satisfatório” afirmam Filipe Froes e Cátia Caneiras, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

Os dados finais da época de vacinação contra a gripe em 2018/2019, divulgados no passado mês de março, revelaram que foram vacinados contra a gripe sazonal 65,9% dos índividuos com 65 anos ou mais (+4,1% do que no anterior), 55,8% dos individuos portadores de doença crónica (+3,7% do que no ano anterior), 37,3% dos portugueses com idades compreendidas entre os 60 e os 64 anos (+1,6% do que no ano anterior) e 52% dos profissionais de saúde com contacto direto com os doentes (-3,2% do que no ano anterior). Os profissionais de saúde têm um papel fundamental na vacinação, uma vez que “por um lado, enquanto prestadores de cuidados de saúde estão bastante expostos aos agentes infecciosos podendo, eles mesmo, promover a transmissão de infeções e, por outro lado, são decisivos para que a população em geral e as pessoas com doença crónica se vacinem”, reforçam ambos os representantes da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

“É fundamental clarificar mitos e crenças associados à vacinação”, afirmam Filipe Froes e Cátia Caneiras, no contexto da Semana Europeia da Vacinação que decorre no âmbito da Semana Mundial da Vacinação preconizada pela Organização Mundial de Saúde. “A hesitação na vacinação - a relutância ou a recusa em vacinar, apesar da disponibilidade de vacinas - ameaça reverter o progresso feito no combate a doenças evitáveis e é uma das 10 principais ameaças à Saúde Global em 2019, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. A vacinação é uma das formas mais eficazes de se evitar doenças - atualmente, previnem-se 2 a 3 milhões de mortes por ano, e outros 1,5 milhões poderiam ser evitados se a cobertura global de vacinação melhorasse”, concluem.

Fonte: 
RXConsulting
Nota: 
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