Resultado de ensaios não clínicos

Vacina portuguesa contra a Covid-19 demonstra elevada eficácia em infeção letal por SARS-CoV-2

A Immunethep, empresa de Biotecnologia sediada em Cantanhede, Portugal, acaba de terminar os ensaios não clínicos da sua vacina SIlba (SARS-CoV-2 Inactivated for Lung B and T cell Activation), que demonstraram uma elevada segurança e eficácia numa infeção letal por SARS-CoV-2.

Nos ensaios não clínicos foram usados como modelo animal os ratinhos transgénicos k18-hACE2 que, infetados com SARS-CoV-2, desenvolvem uma doença semelhante aos humanos. Após a infeção com um inóculo letal do vírus verificamos que, comparativamente com ratinhos controlo (que não sobreviveram), os animais vacinados tinham uma sobrevivência de 100% nos animais vacinados com a vacina SIlba, observável logo na primeira semana após a infeção, além disso, não demonstraram quaisquer efeitos adversos após a vacinação.

“Através destes ensaios não clínicos e da taxa de sobrevivência de 100% observada, foi possível confirmar a eficácia da vacina em infeções letais por SARS-CoV-2”, afirma Pedro Madureira, Co-fundador e Diretor Científico da Immunethep.

Segundo Bruno Santos, Co-fundador e CEO da Immunethep, “a realização deste projeto em Portugal permite o desenvolvimento de competências únicas à escala global no desenvolvimento de vacinas e outros produtos biológicos. Além disso, fomenta a criação de emprego científico numa área de altíssimo valor acrescentado, contribuindo para a retenção e crescimento de talento nacional com um impacto económico extremamente positivo para o País”. Acrescenta, ainda, que “desta forma, o rápido apoio por parte das entidades governamentais é essencial para que possamos dar continuidade aos ensaios clínicos da vacina, a tempo de contribuir para a resolução da pandemia da COVID-19”.

Uma das particularidades da vacina em desenvolvimento pela Immunethep é a utilização do vírus inativado que a torna menos suscetível a perder eficácia nas novas variantes do vírus SARS-CoV-2. A vacina SIlba é administrada por inalação e não requer temperaturas de armazenamento negativas, sendo menos exigente do ponto de vista logístico e, por isso, passível de ser facilmente distribuída entre os países de baixo e médio rendimento, contribuindo para a imunização à escala global, eliminando os focos do vírus que contribuem para o surgimento de novas variantes que podem colocar em risco a eficácia das vacinas aprovadas atualmente.

A Immunethep mantém uma parceria com a PNUVAX, fabricante global de vacinas no Canadá e continua a desenvolver esforços para a concretização do investimento necessário por parte das entidades governamentais portuguesas para poder avançar rapidamente para os ensaios clínicos em humanos no segundo semestre do ano, como planeado.

Desde a sua fundação, em 2014, que a Immunethep, empresa de biotecnologia spinoff da Universidade do Porto, se tem dedicado ao desenvolvimento de imunoterapias, principalmente contra infeções bacterianas multirresistentes. O know how adquirido pela equipa da Immunethep com o processo de desenvolvimento de imunoterapias permitiu-lhe iniciar de uma forma rápida o processo de desenvolvimento de uma vacina para a COVID-19.

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