Investigação

Vacina desenvolvida em Oxford é “segura” e induz resposta imunitária ao Covid-19

A vacina que está a ser desenvolvida pela Universidade de Oxford em conjunto com a empresa AstraZeneca foi considerada “segura”, sendo capaz de produzir uma resposta imunitária ao vírus da covid-19, demonstra estudo publicado na revista científica Lancet.

Os testes em humanos, realizados desde abril e que envolveram cerca de mil voluntários sãos entre os 18 e os 55 anos, permitiram aos cientistas concluir que o projeto de vacina gera anticorpos e células-T, um tipo de glóbulos brancos do sangue, que podem combater o novo coronavírus. Os dados foram revelados esta segunda-feira na revista “Lancet”.

De acordo com equipa científica que desenvolve a nova vacina para a covid-19, os níveis das células-T tiveram um pico 14 dias após a vacinação e o nível de anticorpos atingiu o máximo 28 dias após a injeção.

No entanto, ainda falta demonstrar que essa resposta imunitária combinada basta para evitar a infeção. Seja como for, salientam os investigadores, “o efeito conseguido é muito positivo”.

A vacina, com o nome técnico de ChAdOx1 nCoV-19, é produzida a partir de um vírus geneticamente modificado, que provoca uma constipação em chimpanzés, revela a BBC. As alterações genéticas fazem com que o vírus não infete humanos e que “se pareça” com o coronavírus da covid-19, para que o sistema imunitário aprenda a atacar o SARS CoV-2.

Os testes mostraram que não há efeitos secundário perigosos na toma da vacina, apesar de 70% das pessoas que participaram no estudo terem sentido febre ou dores de cabeça, sintomas controláveis com paracetamol.

O presidente da comissão de Ética de Investigação de Berkshire, que aprovou os testes em Oxford e continua a acompanhar o trabalho dos investigadores, afirmou que a equipa está “absolutamente determinada” a conseguir uma vacina viável.

“Ninguém pode falar de prazos. As coisas podem correr mal, mas a realidade é que, em conjunto com uma grande empresa farmacêutica, essa vacina poderia estar disponível em setembro e é para esse objetivo que se está a trabalhar”, assinalou.

Neste momento, a Universidade de Oxford tenta realizar testes em 15 mil pessoas, no entanto ainda não foi possível chegar a esse número para  a provar a eficácia da vacina, devido à escassez de infeções com o novo coronavírus no Reino Unido. Até agora, cinco mil pessoas foram inoculadas no Brasil e duas mil na África do Sul.

 

Fonte: 
BBC
Nota: 
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