Estudo

Terapia com células estaminais demonstra potencial no tratamento da asma

A redução da fibrose e da inflamação das vias aéreas, características da asma, estão entre os resultados mais significativos de um estudo, recentemente publicado na revista Scientific Reports, que avaliou o efeito terapêutico de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical pré-tratadas com liproxstatina-1, uma molécula com atividade antioxidante.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, no nosso país, a asma afeta cerca de 700 mil portugueses, dos quais 175 mil são crianças e adolescentes.

Apesar de, nas últimas décadas, se terem verificado melhorias no tratamento dos doentes asmáticos, a eficácia das soluções disponíveis ainda apresenta limitações, havendo, por isso, necessidade de desenvolver tratamentos mais eficazes.

“Pela sua capacidade de regulação do sistema imunitário, e de acordo com alguns estudos que sugerem o seu efeito anti-inflamatório e antiasmático, as células estaminais mesenquimais têm vindo a ser testadas para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes para a asma”, afirma Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

Neste estudo, em modelo animal de asma, os investigadores procuraram, numa primeira fase, avaliar se a liproxstatina-1, uma molécula com atividade antioxidante, tinha capacidade de aumentar o efeito terapêutico das células estaminais mesenquimais, conforme sugeriam os resultados de um estudo anterior. Após algumas experiências, verificaram que a exposição das células estaminais mesenquimais à liproxstatina-1 poderá, efetivamente, potenciar o seu efeito terapêutico na asma.

Os investigadores concluíram, ainda, que a administração intratraqueal das células estaminais esteve associada à redução da fibrose e da inflamação das vias aéreas, características da asma.

Os resultados mostram, também, que as células estaminais mesenquimais pré‑tratadas com liproxstatina-1 ajudam a reverter alterações induzidas pela asma nas populações de macrófagos – células do sistema imunitário que se pensa desempenharem um papel importante nesta doença –, o que poderá estar na base do seu efeito terapêutico.

Este estudo evidencia o efeito antiasmático das células estaminais mesenquimais do cordão umbilical pré-tratadas com liproxstatina-1, sendo necessário confirmar o seu potencial para o tratamento de doentes asmáticos através da realização de ensaios clínicos.

 

Fonte: 
BCW Global
Nota: 
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Foto: 
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