Desigualdades na carreira

Técnicos Superiores de diagnóstico e terapêutica dizem-se prejudicados em centenas de milhões de euros

Sem revisão de carreira há cerca de 20 anos, os profissionais sentem-se discriminados pelo Estado e queixam-se que o fosso salarial entre carreiras é cada vez maior. “O caso dos TSDT é particular e não é comparável a mais nenhuma carreira da função pública pelos piores motivos”, lamenta o presidente do sindicato, Luís Dupont.

Discriminados pelo Estado em relação a todos os trabalhadores da Administração Pública com o mesmo grau de exigência habilitacional e profissional, especialmente em relação a outros profissionais de saúde, os Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica alertam que a propagada problemática da revisão das suas carreiras nada tem a ver com a das restantes carreiras da administração pública.

Esta carreira não teve qualquer processo efetivo de revisão em 20 anos, tornando esta numa situação diferente das restantes carreiras especiais, nomeadamente na área da saúde, que foram revistas mais do que uma vez nos últimos anos.

“Pelo menos há dez anos e até à presente data, os TSDT foram prejudicados em centenas de milhões de euros. Valor este que o Estado poupou, mantendo e perpetuando desigualdades salariais dos TSDT, em relação a todos os trabalhadores da Administração Pública com o mesmo grau de exigência habilitacional e profissional, especialmente face a outros profissionais de saúde”, afirma o Presidente do STSS, Luís Dupont.

“O caso dos TSDT é particular e não é comparável a mais nenhuma carreira da função pública pelos piores motivos. O mais importante de toda esta discussão não pode ser o impacto orçamental, mas o reconhecimento por parte do Estado, e dos responsáveis políticos, que se está a promover a implementação de alterações que pretendem única e exclusivamente minorar as desigualdades que existem há décadas”, lamenta concluindo que“aquilo que sempre reivindicamos ao longo dos anos, e de sucessivos Governos, foi uma carreira digna, justa e com igualdade de tratamento que se impõe para os TSDT, que lhes é devida há mais de 20 anos”.

9.000 profissionais aguardam que o Parlamento aprove alterações e resolva o problema das desigualdades na carreira

Apesar do adiamento da votação da Assembleia da República, os TSDT acreditam na resolução de uma reivindicação que já é antiga. Embora seja considerada, pelo STSS, injusta e discriminatória face às tabelas das outras carreiras especiais, nesta discussão no Parlamento não está em causa a tabela salarial. O que alguns partidos estão dispostos a discutir são os problemas de discriminação e desigualdade criadas na carreira destes profissionais, em que 97% ficam colocados na categoria de base, apagando todos os anos de serviço de muitos destes profissionais, ficando 75% na primeira posição remuneratória, tenham 1, 10, 15, 20 ou mais anos de exercício.

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