Em Albufeira

Reumatologia portuguesa reúne-se para debater os desafios e o futuro da especialidade

A Sociedade Portuguesa de Reumatologia vai organizar, de 5 a 8 de novembro, o XXVII Congresso Português de Reumatologia, que terá lugar no Palácio de Congressos do Algarve, em Albufeira. Este evento, que de acordo com a Comissão Científica do Congresso se distingue “pela multidisciplinariedade, pela lusofonia na Reumatologia e pela valorização da voz dos doentes”, promete ser um dos momentos altos do calendário científico nacional, reunindo clínicos, investigadores, profissionais de saúde e representantes de associações de doentes num ambiente de reflexão, partilha e celebração do conhecimento.

A sessão de abertura vai marcar o tom inspirador deste encontro, com três intervenções que vão refletir sobre o passado, presente e futuro da saúde e da especialidade. António Correia de Campos abordará “50 anos de Estado Social na Saúde”, Pedro Pita Barros trará “A perspetiva do Economista em Saúde” e Sofia Ramiro partilhará uma visão abrangente sobre “A Reumatologia em Portugal e na Europa”. De forma complementar, o encerramento do Congresso projetará o futuro da especialidade com reflexões sobre “O Colégio de Reumatologia e a Especialidade: Alinhamento, Cooperação e Futuro” por Luís Cunha Miranda, e “Investigação e Inovação em Portugal: Desafios e Perspetivas para a Reumatologia”, pela Secretária de Estado da Ciência e Inovação, Helena Canhão

Ao longo dos dias, o programa científico vai permitir uma viagem abrangente pelos temas mais atuais da Reumatologia: desde a ecografia para além das articulações, explorando o papel das glândulas salivares, pele e músculo, até à osteoartrose da mão, debatendo a importância de uma abordagem interdisciplinar com o envolvimento de Reumatologistas, Fisiatras e Ortopedistas. Outros momentos de grande interesse incluirão as sessões dedicadas às doenças difusas do tecido conjuntivo, às espondilartrites e às novas perspetivas terapêuticas nas doenças reumáticas sistémicas, onde se destacará a palestra sobre a aplicabilidade das células CAR-T, proferida por Hans Ulrich Scherer. A Comissão Científica destaca ainda duas mesas luso-brasileiras: “uma sobre Doença de Behçet, com o colega Alexandre Wagner, e outra sobre saúde óssea e osteoimunologia, com Marcelo Pinheiro”.

O Congresso vai ainda contar com um programa específico dirigido à Medicina Geral e Familiar, sublinhando o papel central desta especialidade na referenciação e monitorização dos doentes reumáticos. Esta formação é promovida pelos Grupos de Trabalho da SPR e reforça o compromisso da Reumatologia com a prática integrada e multidisciplinar.

No último dia, que apela ao envolvimento das Associações de Doentes e seus Sócios, a inteligência artificial nas doenças reumáticas será debatida numa mesa redonda centrada na sua efetividade, viabilidade e ética, refletindo o compromisso da especialidade com a inovação e a prática clínica do futuro.

Contando já com mais de 500 inscritos, entre os quais especialistas brasileiros, angolanos e cabo-verdianos, as expetativas para este Congresso “são elevadas. Esperamos que o CPR 2025 promova a criação de um espaço científico e cultural comum que una a Reumatologia dos países de língua portuguesa”.

A investigação nacional ocupará um lugar de destaque, com mais de 200 trabalhos submetidos, 20 comunicações orais e 98 posteres. “Os quatro melhores casos clínicos serão apresentados no auditório principal e muitos posteres terão discussão oral com júri, uma forma justa de envolver os internos da especialidade”, acrescenta a Comissão Científica. ”Esta aposta reforça o papel crescente de Portugal na produção científica em Reumatologia, com contributos cada vez mais relevantes em projetos colaborativos europeus e na utilização de ferramentas, como o Reuma.pt, instrumento essencial para investigação clínica e observacional”.

Olhando para o futuro da especialidade, a Comissão Científica considera que a Reumatologia enfrenta, simultaneamente, desafios e oportunidades, definindo o futuro como promissor, mas sendo necessária uma adaptação contínua. “O envelhecimento populacional aumentará a prevalência das doenças reumáticas, exigindo mais reumatologistas e serviços especializados. As terapias avançadas, como os biotecnológicos e a medicina de precisão, estão a transformar o controlo das patologias. A digitalização é outro pilar essencial, a telemedicina, a inteligência artificial e sistemas de apoio à decisão clínica, podem melhorar o diagnóstico e o seguimento dos doentes”. No entanto, para alcançar esse futuro, é fundamental fomentar a investigação, garantir um acesso equitativo às inovações terapêuticas e investir na formação, motivo pelo qual a Comissão Científica do XXVII Congresso Português de Reumatologia apela à participação neste evento.

“A Reumatologia portuguesa está dinâmica, coesa e em expansão. Tem apostado na multidisciplinaridade e no diálogo com outras especialidades e sociedades científicas, nacionais e internacionais. O programa deste ano reflete esse espírito, uma especialidade que continua a surfar na crista da onda da inovação e do conhecimento”, concluem. “Este XXVII Congresso Português de Reumatologia será, assim, mais do que um encontro científico: será uma celebração do que nos une enquanto comunidade, e uma afirmação de compromisso com a ciência, com os doentes e com o futuro da Reumatologia”.

Aceda AQUI ao programa completo do evento.

 

Fonte: 
RXConsulting
Nota: 
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