PULMONALE lança campanha a favor do rastreio do cancro do pulmão

Segundo Isabel Magalhães, Presidente da PULMONALE, “temos de lutar para que o rastreio ao cancro do pulmão seja disponibilizado, incidindo na população elegível, fumadores e ex-fumadores”. E acrescenta: “Esta campanha nasce da necessidade imperativa em implementar o rastreio do pulmão, seguindo o bom exemplo de outras áreas oncológicas. O diagnóstico precoce é o método mais promissor para reduzir a mortalidade devido ao cancro do pulmão no nosso país, que é, das diversas patologias oncológicas, a mais mortal, entre os portugueses”.
Isabel Magalhães congratula-se com o anúncio do Ministério da Saúde sobre os dois projetos-piloto, que estão identificados para acontecer em Cascais, numa iniciativa conjunta com a autarquia, e na ULS de Santo António, no Porto, ainda que para já não se conheça qualquer desenvolvimento desde o anúncio público em Junho deste ano. “Neste momento, os Portugueses continuam a não dispor de um rastreio de índole populacional”, declara. “A promoção e prevenção da saúde, com todos os ganhos associados, tem de deixar de ser um tema de conversa, ou uma notícia de jornal, e passar a ser uma estratégia evidente do SNS. A nossa campanha quer precisamente afirmar a urgência na implementação do rastreio do cancro do pulmão no SNS.”
Recorde-se que em 2022, a Comissão Europeia recomendou aos seus estados-membros que dessem início a projetos-piloto de rastreio do cancro do pulmão associados a programas de cessação tabágica e posteriormente aprovou a inclusão do rastreio nos planos de prevenção da doença oncológica, entretanto implementado já pela Croácia, Polónia e República Checa, mas ainda não concretizada em Portugal. Decorrem atualmente projetos-piloto em vários países entre os quais, Países Baixos, França, Irlanda e Hungria.
O teste considerado como mais eficaz para detetar o cancro do pulmão numa fase precoce é feito através de uma tomografia computadorizada torácica de baixa dose, com necessidade de articulação com o SNS para acesso ao tratamento de todos os achados no exame. Quando diagnosticado em fase inicial, o cancro do pulmão apresenta taxas de sobrevivência substancialmente superiores às verificadas em estádios avançados.
Sendo o tabagismo o principal fator de risco no cancro do pulmão, cuja causa é em mais de 80% atribuída ao tabaco, a PULMONALE acredita que é fundamental implementar o rastreio junto da população, bem como incentivar a adoção de estilos de vida saudável que podem levar ao abandono de hábitos tabágicos, pois os dados não são animadores:
- Em Portugal, ocorrem cerca de 5077 mortes por ano (Fonte: GLOBOCAN)
- O cancro do pulmão é o mais mortal no mundo, com mais de 1,8 milhões (Fonte: GLOBOCAN)
- Estima-se que o rastreio a esta neoplasia maligna reduza a mortalidade em pelo menos 20%
A campanha nacional agora apresentada pela PULMONALE vai ser divulgada através dos circuitos de comunicação de diversas entidades públicas, nomeadamente autarquias como Coimbra, Oeiras, Vila Pouca de Aguiar, Póvoa do Varzim, Serpa, Penacova, Barcelos, Mesão Frio, Pampilhosa da Serra e Penacova, a Junta de Freguesia de Loures, o Estoril Praia, a Fertágus, o Metro de Lisboa e a NOS, que disponibilizam espaço de divulgação, quer em MUPI’s e redes sociais, quer noutros suportes de comunicação, e ainda a JCDecaux e a MOP.
