Como podem as crianças e os jovens ajudar a construir a Paz?

Psicólogos lançam novo documento “Conversar sobre a Paz” direcionado a crianças, pais e educadores

As imagens de guerra com que muitas crianças e jovens se deparam diariamente levantam muitas questões. Este pode ser um momento importante para que pais, cuidadores, educadores e professores falem sobre construir a Paz e como as crianças e os jovens podem ajudar nessa missão. A Ordem dos Psicólogos Portugueses lançou esta terça-feira o documento “Conversar sobre a Paz. Como podem as crianças/jovens ajudar a construir a Paz? E como podem os Pais, Cuidadores, Educadores e Professores ajudá-las?”.

O documento começa por lembrar que “a violência não precisa de, nem deve, existir” e que “todas as formas de violência têm consequências negativas: para nós e para os outros”. Mas recorda que “nenhuma pessoa nasce violenta (aliás, a nossa tendência natural é para fazer o bem e ajudar as outras pessoas). Aprendemos a ser violentos (e, portanto, também podemos aprender a não ser)”.

As crianças e os jovens podem fazer a diferença na construção da Paz? “As crianças e os jovens até podem não saber bem como contribuir para construir a Paz. Mas podem contribuir para a Paz. Todos nós, independentemente da nossa idade, podemos fazer alguma coisa. Muitas vezes, ideias e ações simples são eficazes e contribuem efetivamente para a solução dos problemas e para a construção da Paz”, refere a Ordem dos Psicólogos Portugueses.

“Para durar, a Paz precisa que cuidemos dela, sempre, todos os dias. Não pode ser algo com que nos preocupemos só quando existe uma guerra ou durante um concerto dedicado à Paz” Por isso, sublinha que podemos continuamente “aprender a expressar os nossos pensamentos e sentimentos. As emoções e os sentimentos, mesmo aquelas que são desagradáveis (como a raiva e a zanga) são naturais e comuns a todos os seres humanos. As nossas palavras e os nossos comportamentos não nos afetam apenas a nós, afetam as outras pessoas. E quando magoamos outra pessoa isso é mau para ela, mas também para nós”

“Aprender formas não violentas de resolver os nossos problemas e conflitos. Quando estamos perante um problema ou um conflito temos 3 escolhas: fugir, atacar ou resolver. As primeiras duas opções só vão piorar a situação, têm consequências negativas e podem criar problemas ainda maiores e destruir relações. A única solução positiva é resolver o problema/conflito sem recorrer à violência”, acrescenta.

“Aprender a reagir perante as injustiças, a discriminação e a violência. Quer estas situações aconteçam connosco, quer aconteçam com outras pessoas, não podemos tolerá-las. E aprender a lidar com os nossos erros e a repará-los. Errar é humano e faz parte da vida (e até da aprendizagem – também aprendemos com os erros!). Mas quando os nossos comportamentos prejudicam outra pessoa, é importante assumirmos a responsabilidade do nosso erro (e não inventarmos desculpas ou culparmos outras pessoas!), pedirmos desculpa e percebemos como podemos reparar o mal que causámos”

Por outro lado, devemos “aprender sobre pessoas diferentes de nós e praticar a empatia. Sermos curiosos e fazer perguntas para conhecer melhor outra pessoa, sobretudo quando ela não tem os mesmos gostos, cultura, religião ou vive no mesmo país que nós, pode ajudar a construir a Paz, pois seremos mais capazes de encontrar pontos em comum e perceber que, apesar de todas as nossas diferenças, todos e todas somos seres humanos, e as diferenças enriquecem-nos”

Como podem os Pais, Cuidadores, Educadores e Professores ajudar as crianças e os jovens a construir a Paz?

Há diversas formas de ajudar as crianças e os jovens a construir a Paz, refere a Ordem dos Psicólogos Portugueses, e isso inclui “refletir sobre a Paz e o papel que cada um de nós pode ter na sua construção, educar para o respeito de valores e Direitos Humanos universais, promover a sensibilidade e o conhecimento da diversidade cultural e dar o exemplo”.

Fonte: 
Ordem dos Psicólogos Portugueses
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Pixabay