Projeto europeu de contratos públicos pré-comerciais

Projeto Europeu RELIEF seleciona duas aplicações para a Autogestão da Dor

A JAGGAER acabou de acolher, virtualmente, no passado dia 17 de março, a conferência final do projeto RELIEF, na qual foram apresentadas aplicações para a Autogestão da Dor, uma vez apresentada a terceira fase (estudo de campo) deste projeto europeu de contratos públicos pré-comerciais (PCP), financiado pelo Programa Horizonte 2020.

Antonis Billis, Diretor de I&D da Gnomon Informatics em Salónica (Grécia), apresentou a aplicação móvel Epione, e Carlos Chiatti, Presidente da Tech4Care srl, em Ancona (Itália), apresentou a aplicação móvel VR-Relief. As duas aplicações estão agora em fase de comercialização.

Os resultados dos testes de campo mostraram pouca diferença no desempenho das aplicações Epione e VR-Relief. As funcionalidades mais bem pontuadas pelos pacientes foram a capacidade de monitorizar atividades e padrões de sono, e as técnicas e recomendações de manutenção de autogestão. Por outro lado, os médicos valorizaram a informação que a aplicação fornecia sobre os pacientes antes de uma primeira visita.

A JAGGAER tem atuado como coordenador deste projeto gerindo as diferentes fases do concurso através da plataforma JAGGAER. O consórcio do projeto é formado por GIP Resah for Groupement d'Intérêt Public, Servicio Andaluz de Salud e Uppsala Lans Landsting, que fazem parte do grupo de compradores RELIEF, e a Universidade Aberta da Catalunha.

A conferência foi apresentada por Oresitis Kalliantzidis, da Direcção-Geral de Redes, Conteúdos e Tecnologias de Comunicação da Comissão Europeia (DG Connect). A gestora do projeto, Ana Muñiz Alonso, apresentou, em nome da JAGGAER, uma visão geral da implementação do processo PCP e dos resultados obtidos através das suas diferentes fases.

"Um projeto europeu de contratos públicos pré-comerciais (PCP) faz sentido quando é necessário um esforço de investigação e desenvolvimento para satisfazer as necessidades dos compradores públicos, nos casos em que não existe uma solução disponível no mercado e, com base em análises de mercado e tendências anteriores, é pouco provável que tal solução esteja disponível num futuro próximo", explicou Muñiz.

O grupo de compradores da RELIEF formado por Louis Potel, José Carlos Prieto e Rolf Karlsten apresentou os resultados e conclusões do estudo em França, Espanha e Suécia. Estes ensaios foram realizados em três etapas: adaptação local das aplicações, testes-piloto locais e estudos clínicos. Os estudos enfrentaram uma série de desafios, alguns relacionados com a covid-19, mas também devido ao facto de os doentes mais jovens e com conhecimentos tecnológicos terem pouca disponibilidade para assistir às visitas organizadas nos hospitais como parte dos ensaios de campo. No entanto, o grupo comprador disse que "a participação dos pacientes foi impressionante".

PCP Melhores Práticas

No final do evento, os oradores, incluindo Knut Mårtensson, CEO da miThings AB e Fotis Gonidis, Gestor de Projetos de TI da Gnomon Informatics, participaram num painel de discussão onde foram debatidas as lições aprendidas de um processo de PCP e as melhores práticas para avançar. Destacaram as diferenças entre um processo PCP e um processo mais convencional, que requer mais esforço na consulta do mercado, a "Fase 0" do projeto, quando os requisitos são definidos. Louis Potel recomendou trabalhar mais intensamente com menos fornecedores na Fase 1 (viabilidade) e na Fase 2 (desenvolvimento de protótipos), uma vez que a exigência de fornecer todas as informações a todos os fornecedores numa base justa e igualitária é extremamente exigente.

Houve também consenso sobre a opinião de que os ensaios de campo e os estudos clínicos só deveriam ser realizados quando os protótipos tivessem sido completamente testados e as questões técnicas resolvidas. Em vez disso, a terceira fase dos futuros PCP deve ser utilizada para uma cocriação mais intensiva de soluções e colaboração entre compradores e contratantes antes dos estudos clínicos.

Knut Mårtensson espera obter avaliações mais aprofundadas dos pacientes e médicos, que serão feitas através de vários canais, tais como unidades de gestão da dor crónica em hospitais e associações de pacientes na fase de comercialização.

 

Fonte: 
YoungNetwork Group
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
JAGGAER