Campanha de sensibilização

«Pare e olhe nos olhos» chama a atenção para tumor raro que afeta a retina

O retinoblastoma é um tipo de tumor raro que atinge a retina. Cerca de 90% dos casos ocorrem em crianças abaixo dos 5 anos de idade. E porque o diagnóstico precoce «faz toda a diferença», o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra acabou de lançar uma campanha nacional de sensibilização que alerta para a doença.

No âmbito desta campanha, intitulada «Pare e olhe nos olhos», vão ser distribuídos panfletos por todos os centros de saúde e serviços de pediatria a nível nacional, que alertam para a necessidade de um diagnóstico precoce do retinoblastoma, um tumor que é exclusivamente tratado no Centro de Referência Nacional de Onco-Oftalmologia, no CHUC, que funciona desde 2015.

"As crianças aparecem tardiamente e este é um tumor que quanto mais precoce" maiores são as probabilidades de sobrevivência do olho e da não utilização de tratamentos mais evasivos, explicou o Diretor do Centro de Referência Nacional de Onco-Oftalmologia, Joaquim Murta

O responsável pela área da oftalmologia no Centro de Referência, Guilherme Castela, referiu que, em quatro anos de funcionamento, foram tratados 36 crianças com este tumor, 23 das quais portuguesas.

"80% chegam em fase tardia e tivemos que retirar, em 11 doentes, o olho, porque já chegaram mais tarde", disse, salientando que, num diagnóstico precoce, para além de se salvar o olho, é também possível manter a visão.

Diagnóstico precoce pode ter influência decisiva na vida das crianças

Este tumor, que pode matar, pode ser facilmente diagnosticado. Um dos sintomas é a existência de um reflexo branco na pupila, notado em ambientes de pouca luz ou numa fotografia tirada com flash e sem a câmara estar configurada com a remoção automática do olho vermelho.

De acordo com Sónia Silva, oncologista pediátrica do CHUC, Direção-Geral da Saúde deixou já promessa de incluir orientações em torno deste tumor no boletim de saúde infantil e juvenil.

Para o presidente do CHUC, Fernando Regateiro, "é fundamental sensibilizar a população para detetar situações em que, havendo uma atuação precoce, poderão ser tratadas com melhores resultados".

A campanha tem como público-alvo fundamentalmente os profissionais de saúde, nomeadamente os médicos de medicina geral e familiar e os pediatras, e conta com o apoio da Direção-Geral da Saúde, Comissão do Plano Nacional para as Doenças Oncológicas, Colégio da Especialidade de Oftalmologia da Ordem dos Médicos e da Acreditar (Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro).

Fonte: 
SNS
Nota: 
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Foto: 
Pixabay