Dia Mundial da Saúde Mental

Os animais também podem sofrer de depressão ou ansiedade?

À semelhança dos humanos, os animais vivem emoções intensas. Mudanças na rotina, solidão prolongada, ausência de estímulos ou ambientes pouco adequados podem desencadear sinais de ansiedade e até quadros depressivos. A observação de comportamentos como apatia, perda de apetite, isolamento ou agressividade pode ser o primeiro alerta de que algo não está bem.

Elena Díaz, médica veterinária na Kivet, clínicas veterinárias da Kiwoko, explica: “A saúde mental é tão essencial para os animais como para nós. Reconhecer as suas emoções, respeitar o seu ritmo e garantir ambientes equilibrados são passos fundamentais para prevenir alterações de comportamento e promover o verdadeiro bem-estar.”

Cães: os mais sensíveis à ausência e à solidão

Os cães são especialmente sensíveis à ausência dos tutores e à quebra de rotinas. Quando se sentem sozinhos ou desocupados, podem desenvolver tristeza, apatia e ansiedade.

A prevenção começa pela criação de uma rotina previsível, que inclua passeios, brincadeiras e tempo de descanso. A socialização regular e o reforço positivo ajudam a fortalecer a autoconfiança e a reduzir o stress.

O tratamento de casos depressivos inclui o restabelecimento do vínculo com o tutor, o aumento de estímulos físicos e mentais e, quando necessário, acompanhamento comportamental e veterinário.

Gatos: o stress como gatilho para o desequilíbrio emocional

O bem-estar mental dos gatos depende do controlo do seu território e da previsibilidade do ambiente. Mudanças súbitas, barulhos intensos ou solidão prolongada podem originar comportamentos depressivos ou ansiosos.

A prevenção passa por oferecer zonas seguras e elevadas, brinquedos que estimulem o instinto de caça e rotinas estáveis de alimentação e descanso.

Feromonas, enriquecimento ambiental e tempo de qualidade com o tutor são essenciais para gatos mais calmos e confiantes. O tratamento, quando necessário, pode envolver terapia comportamental e fármacos sob prescrição veterinária.

 

Pássaros: o silêncio pode ser sinal de tristeza

As aves são animais sociáveis e curiosos. O isolamento, a falta de estímulo e gaiolas pequenas podem causar frustração, automutilação e apatia.

Para cuidar da sua saúde mental, recomenda-se um ambiente rico em estímulos visuais e sonoros, interação diária com o tutor e períodos de voo controlado fora da gaiola. A presença de outros pássaros e uma alimentação variada também contribuem para o equilíbrio emocional.

 

Roedores: pequenos animais, grandes emoções

Hamsters, coelhos e porquinhos-da-índia precisam de espaço para explorar, esconderijos seguros e estímulos que despertem o seu instinto natural. Quando privados desse ambiente, podem revelar sinais de stress ou apatia, tornando o enriquecimento e a estabilidade elementos essenciais do seu bem-estar mental.

A prevenção inclui gaiolas amplas, objetos para explorar e roer, rotinas de socialização e companhia adequada nas espécies que vivem melhor em grupo.

Um ambiente enriquecido promove curiosidade e segurança, fatores essenciais para a estabilidade emocional destes pequenos animais.

 

Peixes: o ambiente como fator determinante

Os peixes também manifestam stress e desequilíbrio emocional quando vivem em condições inadequadas. A má qualidade da água, a ausência de esconderijos e o excesso de estímulos externos podem levá-los a isolar-se e a comer menos.

A prevenção baseia-se na manutenção rigorosa do aquário, com parâmetros ideais de pH, temperatura e iluminação, além de espaços que permitam comportamentos naturais. Um ambiente estável traduz-se num peixe saudável e ativo.

 

O papel do cuidado diário

Neste Dia Mundial da Saúde Mental, vale a pena lembrar que o equilíbrio emocional constrói-se todos os dias. O amor, a atenção e a rotina partilhada com os tutores oferecem segurança e serenidade, o que ajuda a prevenir o stress, a ansiedade e a apatia. Sempre que surjam dúvidas ou alterações de comportamento, é aconselhável falar com o médico veterinário, que poderá avaliar cada caso e orientar os cuidados mais adequados.

 

Fonte: 
Atrevia
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Pixabay