OMS alerta que casos demência podem triplicar nas próximas décadas

Fazer exercício com regularidade, não fumar, evitar o consumo excessivo de álcool e manter os níveis adequados de pressão arterial, colesterol e açúcar no sangue são algumas das recomendações que a OMS divulgara junto das autoridades de saúde dos diferentes países, com vista à prevenção.
"Ainda que não seja uma emergência global, é uma ameaça crescente para a saúde, já que os números estão subindo, com 50 milhões de pessoas afetadas pela demência na atualidade", disse à agência espanhola EFE a médica Neerja Chowdhary, do departamento de saúde mental da OMS, durante a apresentação do guia de prevenção.
De acordo com a especialista, a demência tem um enorme impacto nos países, nas pessoas que sofrem da doença e nas suas famílias", estimando que o tratamento e acompanhamento médico daqueles pacientes custe mais de 818 milhões de euros por ano, verba que pode vir a ascender aos dois mil milhões dentro de 10 anos.
O guia da OMS recomenda a dieta mediterrânica como uma das formas de evitar e/ou atrasar o aparecimento dos sintomas de demência, e, em contrapartida, desaconselha o uso de complexos vitamínicos ou outro tipo de suplementos não prescritos.
Combater e tratar da obesidade, hipertensão ou diabetes é outro dos conselhos que a organização deixa.
Apesar de não existir ainda uma cura para as doenças neurodegenerativas ligadas à demência, a especialista revela que estão a decorrer "muitas investigações", mas sem previsões de resultados.
O aumento da esperança de vida a nível mundial eleva potencialmente os casos de demência em virtude desta doença estar ligada à idade, não sendo este problema exclusivo dos países desenvolvidos, com populações mais envelhecidas.
A OMS criou em 2017 o Observatório Global da Demência para recolher informação sobre a doença e elaborou uma lista de recomendações após analisar dados de 80 países.
Este organismo internacional assinala que é essencial o apoio dos cuidadores a pessoas afetadas pela demência, muitas delas familiares que sacrificam a sua vida profissional e social para cuidar destes doentes.
Tendo em conta esta questão, a OMS criou recentemente a plataforma digital iSupport, destinada a dar formação a cuidadores informais e que já está a ser utilizada em oito países.