Realidade virtual pode acarretar problemas de saúde emocional

O metaverso como protagonista da aniquilação da humanidade é tema de artigo científico

O neurocientista português Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, publicou um artigo na Revista Científica Saúde e Tecnologia (Recisatec), com o tema: ‘O metaverso poderá ser crucial para a aniquilação da humanidade’. No texto o profissional traz informações sobre a participação de pessoas em plataformas de realidade virtual, mas também provoca os leitores a refletirem sobre essa nova realidade, que poderá acarretar problemas de saúde ao nível emocional.

Rodrigues explica que o metaverso pode ser definido como um ambiente digital simulado que usa realidade aumentada, virtual e rede de criptomoedas, juntamente com conceitos presentes nas plataformas de media social, de forma a criar espaços para interação do usuário imitando o mundo real.

Para o investigador, esse formato de interação contribui para obtenção de informação detalhada sobre qualquer assunto, conteúdos, utilizadores e comunidades em qualquer parte do planeta, sendo uma das maiores criações neste ramo. No entanto, ao ser usada além do limite, essa tecnologia acaba obrigando as pessoas a criarem novos mundos virtuais.

“Nós somos seres programados de determinada maneira e a mudança que está prestes a ocorrer, de forma tão repentina, não nos dará tempo para a adaptação necessária, de uma forma que não nos atinja tão nocivamente”, explicou Rodrigues em parte do artigo.

Ele refere ainda que no mundo virtual procuramos recompensa, com acesso fácil e a ansiedade antecipada, mas o que ocorre é que a mesma conquista não libera a mesma intensidade do neurotransmissor, precisando de novos prémios para outras libertações.

“A ansiedade funciona como pendência, faz parte do instinto para procurar uma solução, e quando não encontrada conforme expectativa, leva à insatisfação. Se isso ocorre constantemente, molda a anatomia do cérebro, que gera a alteração da produção de neurotransmissores, levando a uma ‘disfunção homeostática’, isso nos levará a problemas como, distúrbios, transtornos ou doenças como a depressão,” detalhou o neurocientista.

Muitas pessoas insistem em dizer que o ser humano irá se adaptar ao mundo virtual, mas o pesquisador afirma que isso não irá ocorrer, pois existe algo real que nos causa medo: a morte. “A partir do momento que a morte é determinante e é real, ela conduz o nosso instinto, que está relacionado aos riscos reais, ou seja, existe uma burla no nosso código genético, que está determinado e isso causa ansiedade e disfunções”, concluiu.  

Fonte: 
MF Press Global
Nota: 
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