Estudo de Fase II

Moderna inicia ensaio clínico para vacina de reforço específica para a Ómicron

A Moderna anunciou, esta quarta-feira, que deu início a estudo da Fase II que testa uma nova versão da vacina - mRNA-1273.529 - desenvolvida especificamente para combate à variante Ómicron mRNA-1273.529. Stéphane Bancel disse que a Moderna está "tranquila" com a persistência de anticorpos que o reforço Spikevax de 50μg, atualmente autorizado, demonstrou contra a estirpe viral altamente contagiosa aos seis meses, mas a empresa está, no entanto, a avançar com esta nova versão.

O ensaio, que está a ser conduzido nos EUA, deverá inscrever cerca de 600 adultos divididos em duas coortes. A primeira coorte incluirá pessoas que completaram a série primária de duas doses de Spikevax no mínimo seis meses antes, enquanto a segunda irá inscrever aqueles que receberam a injeção de reforço Spikevax também. Os participantes em ambos os grupos receberão uma dose única de reforço de mRNA-1273.529. A Moderna adiantou que também está a considerar incluir o mRNA-1273.529 no seu programa multivalente de reforço.

O anúncio surge na sequência da confirmação por parte da Pfizer e da BioNTech de que também já deram início a um estudo para avaliar o seu candidato à vacina Covid-19 baseado na variante Ómicron, com resultados preliminares previstos para o primeiro semestre.

Entretanto, a Moderna anunciou também que os dados de seis meses de neutralização dos anticorpos para o reforço Spikevax foram publicados no NEJM. A empresa divulgou resultados preliminares no mês passado que mostram que um curso de duas doses de Spikevax gerou anticorpos "baixos" neutralizantes contra a Ómicron, mas quando um aumento de 50μg da mesma vacina foi dado, os níveis de anticorpos subiram 37 vezes.

Os últimos resultados foram obtidos a partir de um grupo de participantes que receberam uma dose de reforço de Spikevax, mRNA-1273.211 ou mRNA-1273.213 – sendo os dois últimos candidatos multivalentes que a Moderna está a trabalhar. Os resultados mostraram que seis meses após o reforço Spikevax, os anticorpos neutralizantes diminuíram 6,3 vezes com a variante Omicron, mas ainda assim "permaneceram detetáveis" em todos os participantes. Isto compara-se com um declínio de 2,3 vezes em relação à estirpe original do vírus durante o mesmo período de tempo.

Entretanto, uma dose de reforço de 100μg de Spikevax, mRNA-1273.211 ou mRNA-1273.213 resultou numa atividade de anticorpo neutralizante semelhante, com os três reforços a obterem resultados 2,5 a 2,6 vezes mais altos do que os alcançados após a dose de 50μg de Spikevax.

 

 

Fonte: 
FirstWord Pharma
Nota: 
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