Metade da população mundial respira ar poluído, diz estudo

O estudo, realizado em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS), constatou que este problema constitui uma ameaça para a saúde pública, sendo que em diversas áreas do planeta esta é uma ameaça em crescimento.
A equipa de investigadores, liderada pelo professor Gavin Shaddick, da Universidade de Exeter, conseguiu demonstrar o aumento dos níveis de poluição aos quais grandes setores da população mundial estão expostos.
Shaddick observou não é simples quantificar concretamente os resultados de políticas implementadas, mas enfatizou que analisar em conjunto estas políticas com as tendências globais, regionais e locais na poluição do ar “pode fornecer informações essenciais” para projetar e acompanhar ações futuras.
Os cientistas utilizaram dados de análise do solo junto com informações fornecidas por satélite sobre a profundidade ótica dos aerossóis (uma medida da dispersão e absorção da luz visível por partículas na atmosfera) e modelos de transporte químico para construir perfis anuais de qualidade do ar de acordo com países e regiões.
Os especialistas destacaram que esta metodologia constitui um importante avanço na capacidade de acompanhar o progresso em direção aos indicadores relacionados à qualidade do ar dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU e também expande a base de evidências sobre o impacto desse fator na saúde.
A OMS estima que mais de quatro milhões de mortes anualmente podem ser atribuídas à poluição, que geralmente é causada pelo uso ineficiente de energia em residências, indústria, desmatamento, transporte e atividade agrícola, assim como centrais elétricas a carvão.
O continente Asiático é o que apresenta as maiores concentrações de ar poluído.
“Embora as políticas a longo prazo para reduzir a poluição do ar tenham-se mostrado eficazes em muitas regiões, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, ainda existem regiões que apresentam níveis perigosamente altos de poluição do ar, cerca de cinco vezes mais que as Diretrizes da OMS, disse Shaddick.