Posição da Federação Europeia de Medicina Interna

Médicos têm obrigação ética de desenvolver esforços para travar alterações climáticas

A Federação Europeia de Medicina (EFIM) Interna divulgou hoje um documento com a posição sobre a responsabilidade dos médicos em relação à degradação ambiental e às alterações climáticas. O documento foi publicado hoje no European Journal of Internal Medicine, uma das revistas médicas mais prestigiadas da Europa.

Luís Campos, Ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, Presidente da Comissão de Qualidade dos Cuidados e Assuntos Profissionais da EFIM, é o primeiro subscritor deste documento.

Os autores advertem que os dados atuais sobre as alterações climáticas e a degradação ambiental são dramáticos. “As consequências destas alterações já estão a ter um impacto significativo na saúde das pessoas. Os médicos - como defensores dos doentes, mas também como cidadãos - têm a obrigação ética de se envolverem nos esforços para travar estas mudanças” afirma Luís Campos.

A Federação Europeia de Medicina Interna (EFIM) encoraja fortemente as sociedades de Medicina Interna e os internistas de toda a Europa a desempenharem um papel ativo em assuntos relacionados com as alterações climáticas e a degradação ambiental.

A nível nacional, isto inclui a defesa da adoção de medidas que reduzam as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e a degradação ambiental e, contribuam para as decisões políticas relacionadas com estas questões. A nível hospitalar e na prática clínica, é vital apoiar as ações do setor da saúde para reduzir a sua pegada ecológica.

A EFIM e as sociedades internas associadas, defendem a promoção de atividades educativas e o desenvolvimento de um conjunto de ferramentas para preparar os internistas para melhor cuidar dos cidadãos que sofrem as consequências das alterações climáticas.

Para além de defender e implementar ações eficazes para reduzir a pegada ecológica da indústria da saúde, recomenda ainda a introdução destes temas em programas científicos de reuniões e congressos de Medicina Interna e na formação médica de pré e pós-graduação.

A nível pessoal, os internistas devem ser agentes ativos na defesa de práticas sustentáveis para o ambiente, aumentando a consciência da comunidade sobre os riscos para a saúde das alterações climáticas e da degradação ambiental, e devem ser modelos na adoção de comportamentos amigos do ambiente.

A Federação Europeia de Medicina Interna compreende 36 sociedades nacionais de 34 países membros e representa mais de 50.000 internistas na Europa e no Médio Oriente.

Consulte o artigo em - https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0953620522002734?dgcid=author

 

Fonte: 
Miligrama
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock