Investigação

Instituto Ricardo Jorge participa em estudo exploratório para pesquisa ambiental de Candida auris

O objetivo deste estudo é avaliar a possibilidade dos doentes admitidos numa determinada unidade de saúde podem estar em risco de adquirirem infeção por Candida Auris.

Em colaboração com o Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB) e o Centro Hospitalar Lisboa Norte, o Instituto Ricardo Jorge vai desenvolver um estudo exploratório, com duração prevista de um ano, para pesquisa ambiental de Candida auris.

De acordo com a informação veiculada pelo INSA, este trabalho tem como objetivo a análise ambiental de uma unidade hospitalar com o objetivo de verificar se esta serve de reservatório para Candida auris e se, em consequência disso, os doentes podem estar em maior risco de adquirirem infeção ou de estarem colonizados, o que pode contribuir para a disseminação deste microrganismo a nível hospitalar.

“Até agora, e de acordo com a bibliografia disponível, não se encontram descritos em Portugal casos de infeções por Candida cujo agente etiológico tenha sido Candida auris, não tendo ainda esta espécie sido detetada no ambiente. A deteção precoce do fungo é necessária para a prevenção do aparecimento de casos esporádicos ou mesmo surtos, pelo que este estudo é de particular importância dada a emergência desta espécie noutros países europeus”, refere Raquel Sabino, investigadora responsável por este estudo.

Candida auris é um fungo multirresistente recentemente associado a surtos nosocomiais em vários países europeus. A identificação desta espécie por métodos bioquímicos convencionais só é possível quando as suas bases de dados se encontram atualizadas ou por técnicas de espectrometria de massa (MALDI-TOF), desde que a base de dados também esteja atualizada e inclua a espécie Candida auris, podendo de outra forma ser confundida com outras espécies de Candida não albicans.

A identificação de isolados de Candida não albicans provenientes de amostras profundas deve ser de imediato realizada ou confirmada por métodos moleculares. O Instituto Ricardo Jorge, através do Laboratório Nacional de Referência de Infeções Parasitárias e Fúngicas, dispõe de técnicas para a identificação molecular desta espécie que poderão colmatar as dificuldades na identificação laboratorial.

O Instituto Ricardo Jorge realiza, adicionalmente, a determinação do seu padrão de suscetibilidade aos antifúngicos. Esta técnica é sobretudo recomendada nas unidades em que ocorra elevado uso de antifúngicos, uma vez que esta prática poderá favorecer a emergência de espécies multirresistentes.

Fonte: 
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge
Nota: 
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Foto: 
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