INSA desenvolve estudo para monitorizar a evolução do SARS-CoV-2

A existência de muitos casos de infeção atipicamente longos (superiores a 3-4 semanas), identificados laboratorialmente pela persistência de resultados positivos, tem constituído uma preocupação das entidades de saúde pela necessidade de manutenção de um longo confinamento dos infetados no hospital ou em casa. Para tentar compreender esta situação, o INSA vai estudar uma série de amostras consecutivamente positivas de doentes com infeção anormalmente longa, sujeitando as mesmas a estudos de integridade genómica pela utilização da metodologia de Sequenciação de Nova Geração.
Segundo o investigador João Paulo Gomes, coordenador deste projeto, objetivo passa por perceber se “o genoma viral do SARS-CoV-2 está ‘inteiro’ ou se estamos apenas a detetar pequenos fragmentos virais não infeciosos”, recorrendo à mesma metodologia que está a ser utilizada no estudo de âmbito nacional de variabilidade genética do SARS-CoV-2, igualmente liderado pelo INSA e cujos resultados são disponibilizados online. Em paralelo, será também estudada a infeciosidade viral de algumas destas amostras tardias através da cultura em linha celular.
Para o desenvolvimento deste estudo, o INSA conta não só com a sua vasta coleção de amostras positivas analisadas, mas também com a colaboração específica dos laboratórios de análises Unilabs, Synlab e Joaquim Chaves. No âmbito deste projeto, que obteve um financiamento de 34 mil euros e terá a duração de seis meses, foi iniciada uma colaboração científica com o Instituto de Medicina Molecular, o qual possibilitará a utilização de abordagens complementares para o mesmo fim, de forma a que as conclusões tenham a robustez necessária para os fins clínicos e de saúde pública a que se destinam.