Iniciativa inédita para exigir ação urgente do Governo no combate ao Cancro

A iniciativa, assinada pelas entidades AC Rim, Careca Power, Europacolon Portugal, Associação EVITA - Cancro Hereditário, Liga Portuguesa Contra o Cancro, Plataforma Saúde em Diálogo, Pulmonale e Sociedade Portuguesa de Literacia na Saúde, foi dirigida à Ministra da Saúde, aos Deputados da Assembleia da República, à Direção-Geral da Saúde, ao INFARMED e à Direção Executiva do SNS.
Todos os dias, em Portugal, 191 pessoas recebem o diagnóstico de cancro e 92 perdem a vida a lutar contra esta doença. As projeções atuais indicam um crescimento de mais 12% dos casos até 2030, pelo que as associações destacam a crescente ameaça que o cancro representa para a saúde pública e para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Com mais de 69.000 novos casos registados em 2022 e sendo a segunda principal causa de morte em Portugal, os signatários alertam que “cada atraso no rastreio, num exame ou no acesso a tratamentos se traduz em vidas e qualidade de vida perdidas”.
"Atuar mais cedo salva vidas, protege famílias e comunidades, reduz custos para o Serviço Nacional de Saúde e protege o presente e futuro da Segurança Social", afirmam.
As associações reiteram assim a importância do esforço coletivo para a implementação eficaz das medidas que consideram essenciais:
- Prevenção primária: Implementar programas de literacia em saúde, assegurar vacinação preventiva e reforçar campanhas de sensibilização.
- Diagnóstico precoce e rastreios: Reduzir de forma sistemática os tempos de espera e alargar a cobertura dos rastreios, bem como avaliar a implementação de programas de rastreio adicionais
- Acesso equitativo a tratamentos: Garantir acesso a terapêuticas inovadoras e cuidados humanizados, independentemente da localização geográfica ou condição socioeconómica.
- Geração e Recolha de Evidência: assegurar um registo oncológico nacional de qualidade, publicar orientações clínicas elaboradas por especialistas e com a participação de representantes de doentes, incluir a perspetiva do doente, através das associações, na tomada de decisões que afetam a jornada do doente oncológico, e monitorizar e avaliar sistematicamente as estratégias de combate ao cancro
- Organização e investimento em inovação: criar uma entidade específica para a oncologia, com estratégia nacional clara e alinhada com ENLCC, aumentar o investimento em oncologia, otimizar a implementação da "Via Verde" em diferentes indicações, e reforçar os recursos humanos e tecnológicos.
Como apelo à ação imediata, as associações solicitam reuniões formais com todas as entidades destinatárias da carta para apresentar as suas propostas em detalhe e exigem "compromissos públicos concretos e calendarizados" para a sua implementação.
A carta conclui com um apelo forte: "Não podemos esperar mais – cada vida salva é uma vitória coletiva. É tempo de agir com firmeza e responsabilidade."
