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Impetigo, foliculite e furúnculo são as infeções bacterianas cutâneas superficiais mais frequentes

As infeções de pele e tecidos moles são a 5ª doença mais prevalente em todo o mundo e estão entre as 50 principais causas mais comuns de doenças (1). Além disso, a taxa de infeções cutâneas está a aumentar, devido ao envelhecimento da população, ao aumento do número de doentes críticos e imunocomprometidos. As duas principais bactérias conhecidas por causar a infeção de pele são a Staphylococcus e a Streptococcus (2).

Lesão acompanhada por um conjunto de sintomas como sensibilidade, eritema, edema e calor; a disfunção da área afetada e febre são os sintomas mais comuns, aliados a outros sintomas ou sinais como crepitação, bolhas, anestesia e hemorragia3.

O tipo de infeção cutânea depende da profundidade e do compartimento da pele envolvido, podendo ser infeções primárias (e, normalmente, superficiais), que aparecem espontaneamente na pele saudável – impetigo, foliculite e furúnculo – ou infeções secundárias resultam de lesões primárias (feridas, eczema, mordidas) (4).

O impetigo é uma infeção bacteriana superficial que se pode desenvolver por invasão direta da pele normal (primária) ou infeção em locais de pele lesada (secundária), é comum em crianças e altamente contagioso (5). Pode apresentar-se, ainda, em duas formas: impetigo não bolhoso - lesões distintas de crostas e amarelas que podem causar coceira, normalmente envolve a cara ou as extremidades – e impetigo bolhoso, apresentando-se como bolhas que, ao rebentarem, formam uma crosta acastanhada (6,7).

A foliculite é uma inflamação papular ou pustulosa dos folículos capilares na epiderme. A forma mais comum é a foliculite superficial que se manifesta como uma pústula dolorosa ou indolor, que cura sem cicatrizes. Lesões múltiplas ou únicas podem aparecer em qualquer pele com cabelo, incluindo cabeça, pescoço, tronco, nádegas e extremidades (8). O furúnculo é uma lesão dolorosa, firme e flutuante, originária de um folículo piloso estendendo-se através da derme. Surge como um nódulo pequeno, vermelho, que pode tornar-se muito doloroso e, normalmente, rebenta e cicatriza (8).

Segundo Miguel Trincheiras, Dermatologista e Diretor da Clínica Derme.pt, “as infeções bacterianas cutâneas têm uma variedade de apresentações, desde infeções localizadas e superficiais até infeções rapidamente progressivas, mais profundas e graves. Desta forma, é fundamental estar atento aos sinais para garantir um diagnóstico atempado e, consequentemente, um tratamento adequado”.

As infeções bacterianas da pele são causadas pela presença e crescimento de microrganismos que danificam o tecido hospedeiro e podem afetar uma só zona ou propagarem-se e afetar uma área muito mais extensa, podendo apresentar um grau de gravidade variável. Torna-se, então, crucial obter o acompanhamento correto, por forma a prevenir a extensão e gravidade da infeção.

Referências

       Hay RJ, Johns NE, Williams HC, Bolliger IW, Dellavalle RP, Margolis DJ, et al. The Global Burden of Skin Disease in 2010: An Analysis of the Prevalence and Impact of Skin Conditions. J Invest Dermatol [Internet]. 2014 Jun [cited 2019 Feb 19];134(6):1527–34. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24166134

2.      Koning S, et al. Cochrane Database of Systemic Reviews. John Wiley & Sons; 2012.

3.      Ki V, Rotstein C. Bacterial skin and soft tissue infections in adults: A review of their epidemiology, pathogenesis, diagnosis, treatment and site of care. Can J Infect Dis Med Microbiol = J Can des Mal Infect la Microbiol medicale [Internet]. 2008 Mar [cited 2019 Feb 19];19(2):173–84. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19352449

4.      Rosen T. Update on treating uncomplicated skin and skin structure infections. J. Drugs Dermatol. 4(Suppl. 6), S9–S14 (2005)

5.      Bowen AC, Mahé A, Hay RJ, Andrews RM, Steer AC, Tong SYC, et al. The Global Epidemiology of Impetigo: A Systematic Review of the Population Prevalence of Impetigo and Pyoderma. Reid SD, editor. PLoS One. Public Library of Science; 2015;10(8):e0136789

6.      Koning S, et al. Efficacy and safety of retapamulin ointment as treatment of impetigo: randomized double-blind multicentre placebo-controlled trial. Br J Dermatol. 2008 May;158(5):1077–82.

7.      Gropper S, et al. Ozenoxacin 1% cream in the treatment of impetigo: a multicenter, randomized, placebo- and retapamulin-controlled clinical trial. Future Microbiol. 2014;9(9):1013–23.

8.      Larru B, Gerber JS. Cutaneous bacterial infections caused by Staphylococcus aureus and Streptococcus pyogenes in infants and children. Pediatr Clin North Am. 2014 Apr;61(2):457-78.

                                                                                    

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