O que falta ainda fazer para garantir uma correta codificação no setor da saúde?

GS1 Portugal promove 31ª Reunião do Healthcare User Group (HUG)

A GS1 Portugal, organização de direito privado, sem fins lucrativos, neutra e multissetorial, responsável pela introdução do código de barras em Portugal há 35 anos e com intervenção na codificação do setor da saúde há 15, promoveu a 31ª edição da Reunião do Healthcare User Group (HUG) com apresentação de resultados de estudos e casos de sucesso de adoção de standards neste setor.

Na linha de outras iniciativas que tem vindo a adotar, para participar nesta Reunião, a GS1 Portugal convidou especialistas e profissionais de saúde.

A sessão arrancou com intervenção de André Jacinto, da APORMED – Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos, numa atualização sobre a implementação do Regulamento Europeu dos Dispositivos Médicos. André Jacinto falou da legislação em vigor, com especial destaque para o alargamento de eIFU - Electronic Instructions for Use – a todos os dispositivos médicos de uso profissional, que por “falta de literacia digital, dúvidas sobre o aumento de riscos para os doentes e falta de acesso a meios tecnológicos”, não foi implementado. André Jacinto relembrou que “a participação na plataforma EUDAMED é voluntária por parte dos operadores económicos até estar totalmente funcional, o que se prevê que aconteça no final de 2022, início de 2023”.

Seguiu-se a apresentação das conclusões do VII Seminário da Saúde “Transformar o Sector da Saúde: Aprender com a Crise”, por Madalena Centeno da GS1 Portugal, um evento que contou com a participação do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, do Instituto de Medicina Molecular, do Health Cluster Portugal, da Hovione, da Multicare, da General Electric Healthcare e do Grupo Luz Saúde. Madalena Centeno recordou que, entre as principais conclusões desta sessão, destacou-se a importância da partilha de dados e a rastreabilidade como chave fundamental para o setor da saúde e para a segurança do doente.

Na intervenção seguinte, Sofia Perdigão, da GS1 Portugal, falou sobre os resultados do Projeto de Fiabilidade de Leitura em Armazém da Well’s, a cadeia de parafarmácias da Sonae MC. O projeto implementado, que tem como objetivo aumentar a eficiência da conferência das entregas na plataforma de receção, uniformizar as codificações aplicadas e lançar bases para a digitalização da cadeia de abastecimento, já se encontra na sua última fase de implementação.

Nesta altura, entre os mais de 200 fornecedores avaliados, 56% estão em formação para uma correta codificação, 45% foram já aprovados pela GS1 Portugal e 17% já encerraram o processo, que arrancou em janeiro deste ano.

Ainda durante a mais recente Reunião do HUG, foram apresentados os resultados do Estudo de Níveis de Serviço no setor da saúde, o Benchmarking de Saúde, promovido pela GS1 Portugal, em particular no que se refere aos resultados do canal armazenista.

O foco do estudo neste setor é, desde 2016, a eficiência da cadeia de valor da saúde. Em particular no que se refere ao canal armazenista, foi possível aferir as tendências de mercado nesta área e as prioridades de quem avalia e participa neste estudo. Assim, destaca-se, por ordem de prioridade o serviço logístico (prazo de entrega, bom estado do produto, roturas de stock), a relação com o laboratório, as condições comerciais, os sistemas de informação e os serviços de armazenista. “Comparando a avaliação anterior com a deste ano, existe uma melhoria significativa em todos os segmentos: medicamentos inovadores, genéricos, OTCs e democosmética”, explicou Maria João Amaral, Gestora de Estudos de Níveis de Serviço , da GS1 Portugal. “É claro o impacto do estudo nas empresas, que extraem conclusões e aplicam mudanças para melhorar a eficiência”, concluiu.

A fechar a sessão, Tania Snioch da GS1 Healthcare, falou sobre “A GS1 e os Ensaios Clínicos: as novas iniciativas no sector da Saúde”. Na sua intervenção, Tania Snioch realçou alguns dos problemas identificados na implementação de standards GS1 nos ensaios clínicos. Além de destacar a importância da partilha de dados e informações entre os diferentes elos da cadeia de abastecimento, a responsável da GS1 Healthcare sublinhou que, “na maioria das vezes, é tudo feito manualmente, além de existirem limitações de espaço para etiquetar/codificar nos produtos”. Foi ainda abordada a importância da comunicação entre a empresa farmacêutica e os hospitais envolvidos nos ensaios clínicos e também a distribuição dos medicamentos em teste no hospital.

No encerramento da reunião, a Madalena Centeno relembrou a audiência do evento GS1 Healthcare Online Summit, entre os dias 15 e 19 de novembro, e ainda da participação da GS1 no 44th World Hospital Congress de 8 a 11 de novembro.

Fonte: 
Adagietto
Nota: 
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Foto: 
GS1