Alerta Sociedade Portuguesa de Oftalmologia

Esperar 3 meses por uma cirurgia de retina pode significar perda irreversível de visão

A especialidade de Oftalmologia continua, neste momento e na maioria dos serviços do SNS, com tempos de espera para cirurgias semelhantes aos de pré-pandemia; e se durante os períodos de confinamento, o número de consultas e cirurgias diminuiu, assiste-se agora a um regresso progressivo à normalidade.

Mas o que significa este regresso à normalidade, quando se fala em filas de espera para cirurgias?

Rufino Silva, Presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, responde:

“Em Oftalmologia, devemos colocar a nossa atenção em duas situações urgentes: os doentes que ainda não conseguiram ser diagnosticados (já que muitas pessoas não recorreram às urgências durante a pandemia, por razões diversas) e os doentes que necessitam de cirurgia da retina, que não pode atrasar!”

A estes doentes, juntam-se os doentes que necessitam de injeções intravitreas, de cirurgia de glaucoma ou mesmo de transplante de córnea - os critérios de gravidade e urgência são diferentes para as diversas patologias embora todas estejam na mesma lista.

Contudo, o Médico Oftalmologista esclarece. “É muito mais importante operar a tempo patologia retiniana - que provoca perda grave e irreversível de visão - do que fixarmo-nos na lista de cataratas. Esperar 4 ou 6 meses por uma catarata não está associado a perda irreversível de visão - mas esperar 3 meses por uma cirurgia de retina pode significar isso mesmo!”

Neste Dia Mundial da Retina, que se assinala esta quarta-feira, dia 29 de setembro, o Presidente da SPO sublinha a urgência de “implementar programas prioritários de tratamento de descolamentos de retina a nível nacional, libertando as equipas de retina cirúrgica para tratamento em horário normal de outras patologias da retina também causadoras de cegueira.”

Deixar para mais tarde a procura do Médico Oftalmologista pode atrasar o diagnóstico e respetivo tratamento e consequências irreversíveis para além de custos diretos e indiretos para o doente e sua família.

A retinopatia diabética está entre as três causas mais frequentes de perda grave de visão e de cegueira em Portugal (sendo as outras a degenerescência macular da idade (DMI) e o glaucoma).

 

 

Fonte: 
Sociedade Portuguesa de Oftalmologia
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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