Perceber as diferenças

Esperança diferencia o stress do Burnout, diz especialista

A síndrome do burnout, muitas vezes causada pelo excesso de trabalho, leva à fadiga física e mental que leva a uma redução da capacidade de um indivíduo.

Neste contexto, o neurocientista Fabiano de Abreu alerta que o burnout pode levar à despersonalização associada à perceção de ter cometido erros, deterioração pessoal e familiar, problemas físicos como dores de cabeça, insónias, dor músculo-esquelética, problemas gastrointestinais, riscos cardíacos, fadiga crónica, alterações na anatomia do cérebro que resultam em comportamentos que afetam o emocional e a inteligência,  depressão, comportamentos de alto risco, entre muitas outras consequências que podem resultar em várias doenças dependendo do grau de burnout e genética do indivíduo.

Durante o isolamento social e todas as mudanças de rotina causadas pela pandemia Covid-19, o número de casos de síndrome de burnout aumentou. "A necessidade constante de o indivíduo se apresentar como produtivo, eficiente e eficaz, desencadeou o surgimento de algumas competências para viver nesta sociedade tecnológica", explica o especialista.

Para o especialista, é ainda necessário compreender as diferenças entre o stress e o burnout. "O burnout é gradual, agrava-se com o tempo, e o stress, por sua vez, flutua. No entanto, se o stress for mantido pode levar ao surgimento do burnout", explica. O neurocientista argumenta que a esperança é um ponto chave de diferenciação entre o stress e o burnout. "As pessoas stressadas podem imaginar que se conseguirem manter tudo sob controlo, sentir-se-ão melhor. Há esperança. As pessoas que sofrem de burnout muitas vezes não veem esperança", diz.

A síndrome de burnout também pode tornar evidente algumas mudanças na produtividade profissional de cada indivíduo em diferentes áreas. "Há sintomas físicos, mentais e emocionais. Há negligência profissional, lentidão e contacto impessoal, por exemplo", explica o neurocientista.

Para melhorar o ambiente de trabalho e evitar a síndrome do burnout, Fabiano Abreu acredita que pode organizar horários, sentir que domina as funções, não esperar reconhecimento e ter autoconfiança. "Pensem que 'os objetivos são razões para a vida', por isso criem-nos, coloquem-nos como desafios que quando conquistados resultam num bom senso de recompensa", diz.

Também é necessário dormir 8 horas por dia, aceder cada vez menos às redes sociais e evitar ambientes caóticos. "Não assuma toda a responsabilidade, não tem de mudar o mundo. Assuma a dimensão da responsabilidade que pode assumir", aconselha.

Fonte: 
MF Press Global
Nota: 
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