Especialistas reforçam a importância da serialização dos medicamentos e da digitalização do setor da saúde
A sessão teve início com uma análise da implementação do Regulamento Europeu dos Dispositivos Médicos em Portugal. Na sessão liderada pela especialista da GS1 Portugal, Madalena Centeno, ficou patente que o adiamento da data de aplicação do Regulamento, já publicado a 24 de abril, acabou por aliviar a pressão sentida sobre os fabricantes e reguladores de dispositivos médicos, dado o contexto do impacto que a pandemia teve sobre este sector.
Seguiu-se a discussão sobre a temática que contou com mais contributos e comentários por parte dos presentes na sessão - a Diretiva Europeia dos Medicamentos Falsificados. Madalena Centeno começou por apresentar as boas práticas na serialização e codificação dos medicamentos e, para clara surpresa da audiência, deu o exemplo de um conjunto de medicamentos em circulação, escolhidos de forma aleatória, que contêm erros de codificação.
Nesse contexto, Madalena Centeno destacou o papel da GS1 Portugal no sentido de alertar a indústria farmacêutica para a correção destas codificações a par da intervenção da MVO Portugal junto das farmácias no apoio à identificação de situações de descodificação não conforme.
Outro dos temas de grande interesse desta iniciativa foi a Digitalização no setor da saúde, num painel liderado por António Silva Santos, da Minsait. Na sua apresentação, o orador realçou os principais objetivos desta digitalização e quais os desafios à sua implementação, com destaque para a complexidade e dificuldade sentidas, em particular, no setor hospitalar.
Na segunda parte da Reunião HUG o tema central foi o impacto da pandemia COVID-19 no setor da saúde, com uma interação em tempo real com a audiência, que foi convidada a responder a um inquérito online durante a sessão. Os resultados foram analisados e debatidos em conjunto, sendo o decréscimo de vendas, a alteração do negócio/desenvolvimento de novas áreas e a dificuldade no contacto com os clientes as principais diferenças sentidas pelos participantes.
No que diz respeito às ações que consideram mais relevantes para o setor, na opinião dos intervenientes, o processo de digitalização e as melhorias no processo de rastreabilidade, a par da melhoria de comunicação entre entidades, são as que os participantes mais destacaram.
Os resultados apurados, em tempo real durante a reunião, estão em linha com os dados partilhados por Cátia Gouveia, Gestora de Estudos de Níveis de Serviço da GS1 Portugal, no tema que apresentou “Estudos de Níveis de Serviço: Saúde – Impacto COVID-19”.
No final da sessão, foi apresentada a data para o VI Seminário da Saúde, que se realiza no dia 19 de novembro, no qual alguns dos temas abordados nesta sessão serão revistos e novos ângulos acrescentados.
João de Castro Guimarães, Diretor Executivo da GS1 Portugal, entidade anfitriã deste evento, salientava no final da sessão que “iniciativas como o HealthCare User Group permitem a discussão aberta de temas da atualidade do setor da saúde com impacto transversal ao longo de toda a cadeia de valor, promovendo a eficiência. Quando se assinalam os 15 anos de intervenção da GS1, a nível global, no setor da saúde, a GS1 Portugal assume com este tipo de iniciativas o papel de entidade facilitadora desta discussão e promotora da integração e interoperabilidade dos players no setor, pelos standards que disponibiliza e boas práticas que promove.”
Os especialistas do setor da saúde voltam a encontrar-se, a convite da GS1 Portugal, na próxima edição da Reunião do HUG, marcada para dia 29 de setembro.