Champalimaud Research Symposium 2021

Especialistas em neurociência e inteligência artificial reúnem-se no Centro Champalimaud em encontro internacional

De 13 a 15 de outubro, um grupo de proeminentes cientistas internacionais, especializados em neurociência e inteligência artificial (IA), irá reunir-se no Centro Champalimaud, em Lisboa, para explorar de que forma uma abordagem interdisciplinar pode impulsionar o progresso em todos os campos.

Enquanto os neurocientistas procuram decifrar os mecanismos biológicos que dão origem à inteligência, os cientistas dedicados à IA trabalham para gerar inteligência in silico. Podem as interações entre estes dois campos, aparentemente distintos, aproximar os objetivos de cada um deles?

Os organizadores do Simpósio da Champalimaud Research, que acontece esta semana (de 13 a 15 de outubro), acreditam que a resposta é “Sim”. “A neurociência e a IA são duas faces da mesma moeda”, diz Joe Paton, Co-diretor da Champalimaud Research e um dos Chairs do simpósio. “Sendo que, aquilo que as liga de modo fundamental é o facto de ambas procurarem compreender a natureza da inteligência.”

O co-Chair Leopoldo Petreanu, investigador principal do laboratório de Circuitos Corticais no Centro Champalimaud, acrescenta que a neurociência e a IA têm uma longa história de influência mútua. “Os fundamentos das redes neurais artificiais foram originalmente inspirados pelo conhecimento gerado pela neurociência, sobre como os neurónios biológicos e as áreas do cérebro interagem. Mais recentemente, porém, o fluxo de ideias também tem acontecido na outra direção, tendo a IA fornecido à neurociência novas teorias sobre o funcionamento do cérebro”, destaca.

Embora as interações entre estes campos estejam a acontecer com cada vez mais frequência, estas conversas nem sempre são fáceis. O co-Chair Jakob Macke, que lidera um laboratório de IA e Aprendizagem Automática (Machine Learning) na Eberhard Karls University, em Tübingen, sugere que encontros científicos como este podem facilitar um intercâmbio mais frutífero. “Cada campo tem a sua própria linguagem e objetivos distintos, e o que funciona para o cérebro pode não ser o melhor para um computador. É por isso importante trabalhar nas semelhanças e nos objetivos partilhados, bem como ter em conta as suas diferenças. Só alimentando estes diálogos é que os dois campos podem continuar a inspirar-se mutuamente”.

O encontro é um evento híbrido, que acontece tanto virtual como presencialmente no Centro Champalimaud (as inscrições para o evento online estão disponíveis com um desconto). O programa científico será transmitido em direto numa plataforma virtual desenhada para que os participantes possam colocar perguntas durante as palestras, visitar as sessões de pósteres, interagir com outros investigadores e revisitar sessões anteriores.

Fonte: 
JLM&A Consultores
Nota: 
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Foto: 
Fundação Champalimaud