Estudo

Duas em cada cinco pessoas já sofreram um efeito indesejável de um medicamento

Cerca de 42% dos portugueses já tiveram um efeito indesejável de um medicamento e, destes, 68,9% afirmam ter contactado um médico para relatar o sucedido. No entanto, 21,5% da população afirma não ter feito nada. É esta a conclusão de um estudo recente realizado pela INFOSAÚDE-CEFAR, em parceria com as Farmácias Portuguesas e com o apoio da Bayer.

O estudo realizado no início de 2021 envolveu cerca de 500 participantes representativos da população adulta nacional, entre os 18 e os 74 anos, e o objetivo passou por entender o que é que a população portuguesa já fez ou tem intenções de fazer perante um episódio de efeitos indesejáveis de um medicamento, caracterizando o seu grau de sensibilização para a importância da notificação destes efeitos às autoridades de saúde, nomeadamente ao INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.

Os efeitos indesejáveis, ou reações adversas dos medicamentos (RAM), resultam de reações não intencionais do corpo da pessoa que os utiliza a um medicamento e são geralmente conhecidos, estando descritos no folheto informativo.

Na maioria das vezes, estes efeitos são passageiros (57,9%) ou sem consequências (20,1%), como é o caso das náuseas, tonturas ou dores de cabeça. No entanto, em casos mais raros, estes podem deixar sequelas ou incapacidade (1,4%) ou até provocar perigo de vida (1,0%), casos que são mais recorrentes em pessoas acima dos 60 anos. Um em cada quatro inquiridos respondeu já ter tido efeitos indesejáveis graves, com necessidade de toma de medicação para resolver ou recorrer a uma urgência médica.

“A notificação de efeitos indesejáveis de um medicamento, por parte das pessoas, é absolutamente essencial, pois desta forma as farmacêuticas conseguem assegurar o desenvolvimento de terapêuticas com perfis de segurança cada vez mais elevados. Na Bayer estamos empenhados em perceber qual é o nível de sensibilização dos portugueses para este tema”, começa por afirmar Rita J. Duarte, farmacêutica e responsável de Farmacovigilância na Bayer Portugal.

Apesar de a maioria dos participantes – sete em cada dez – ter respondido que falou com um médico e alguns – um em cada dez – afirmarem que falaram com o farmacêutico ou enfermeiro, existe ainda uma fatia significativa – dois em cada dez – que respondeu não ter feito nada e apenas uma em cada 100 pessoas afirma ter notificado o INFARMED sobre um efeito indesejável experienciado.

“Os resultados deste estudo demonstram a necessidade que existe em, quer por parte do setor, quer dos profissionais de saúde, continuar a trabalhar na educação e sensibilização da população para a importância de relatarem os efeitos indesejáveis dos medicamentos, pois desta forma estão também a contribuir para o aumento da segurança dos medicamentos”, conclui Rita J. Duarte.

Quando questionados sobre o futuro, cerca de 65% dos inquiridos indicaram ser provável/ muito provável notificarem o INFARMED sobre um futuro efeito indesejável de um medicamento.

A notificação de um efeito indesejável não é uma responsabilidade exclusiva dos profissionais de saúde, mas sim uma ação que está acessível a qualquer pessoa, podendo notificar o INFARMED da suspeita de um efeito indesejável de um medicamento, através do Portal RAM na página do INFARMED ou notificar diretamente a empresa farmacêutica que comercializa o medicamento, cujo contacto está na embalagem.

Fonte: 
Hill+Knowlton Strategies Portugal
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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