Aumento de casos em Lisboa

Diretor de infeciologia do Curry Cabral afirma que desconfinamento devia ter sido mais lento

Segundo o diretor de infeciologia do Hospital Curry Cabral, Fernando Maltez, o desconfinamento “poderia ter sido mais lento”, isto é, “não se ter desacelerado nas medidas de restrição de uma forma tão rápida”.

Em declarações à rádio “Renascença”, Fernando Maltez disse que o aumento de casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal era expectável nesta fase. Se o desconfinamento tivesse sido “de uma forma mais gradual, teria evitado esta subida dos números”.

Quanto à situação da Grande Lisboa, defendeu à “Renascença” que, “embora descontrolada, não é dramática”. “Pode perfeitamente reverter com dois ou três passos atrás nas medidas de não restrição que tinham sido implementadas”, considerou.

No entender do especialista, o aumento do número de casos deve-se, por exemplo, a “alguma saturação das pessoas em relação ao confinamento, não só do ponto de vista do distanciamento social, mas também provocada pelas repercussões económicas e sociais, pela perda de empregos, pela necessidade de trabalhar para ganhar dinheiro”. O especialista referiu ainda os ajuntamentos.

Para o diretor de infeciologia do Curry Cabral “as próximas semanas irão dizer” se as medidas adotadas pelo Governo são suficientes “ou se é preciso restringir ainda mais as liberdades”.

Atualmente, em Portugal já se registaram 1.543 óbitos e  40.104 casos de infeção associada ao novo coronavírus. De acordo com a DGS, a região de Lisboa e Vale do Tejo já soma 17.527 casos, enquanto a região Norte conta com 17.339 infetados. 

 

Fonte: 
Executive Digest
Nota: 
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